Estilo de vida
06/03/2022 às 07:00•2 min de leitura
O misterioso e famoso conglomerado de pedras chamado Stonehenge, localizado em Wiltshire (Inglaterra), pode ter sido utilizado como um calendário solar por volta de 2500 a.C., de acordo com um estudo realizado por pesquisadores da Universidade de Bournemouth, publicado na revista Antiquity.
De acordo com o arqueólogo líder da pesquisa, Timothy Darvill, as pedras do templo foram dispostas de maneira a servir como a representação física de um “ano solar tropical” com duração de 365,25 dias. Assim, os britânicos da antiguidade podiam acompanhar a passagem dos dias, semanas e meses indo até lá.
Vários outros estudos já indicavam a possibilidade de Stonehenge ter sido um calendário solar, mas nenhum mostrou claramente como isso funcionava. Para decifrar o mecanismo, Darvill utilizou alguns deles como base, incluindo um que sugeria a colocação de todas as pedras no local ao mesmo tempo, com tal finalidade.
(Fonte: Shutterstock/Reprodução)
Ele analisou detalhadamente o posicionamento de cada uma das pedras e comparou a disposição com a estrutura de outros antigos calendários que teriam servido de influência. Conforme o cientista, o conjunto de rochas destaca os solstícios de verão e de inverno, períodos em que os raios solares iluminam a estrutura da mesma forma.
Em seu artigo, o professor afirma que o calendário solar de Stonehenge funcionava “de maneira simples”. As 30 pedras da formação representam os 30 dias do mês, que era dividido em três semanas de 10 dias cada, enquanto as quatro rochas que não estão em círculo permitiam realizar os ajustes para um dia bissexto.
Há ainda cinco estruturas localizadas na parte central do círculo, que juntas formam a letra “U”. Chamadas de trilitos, elas simbolizam os cinco dias do mês “extra” do calendário, contendo mais cinco dias, que ajudam a completar os 365 dias do ano, uma vez que a multiplicação da quantidade de meses (12) pelos dias (30) resultava em 360.
Ilustração mostra como os elementos se combinam para formar o calendário em Stonehenge. (Fonte: Antiquity/Reprodução)
Como a duração do ano astronômico não é exatamente de 365 dias, era necessário fazer alguns ajustes para chegar ao resultado, utilizando os elementos do templo, acrescentando um quarto a cada ano, segundo o arqueólogo. Por causa disso, o mês de fevereiro tem um dia a mais de quatro em quatro anos (ano bissexto).
Desenvolvido por volta de 3000 a.C. nos países do Mediterrâneo oriental, o calendário solar foi adotado no Egito em 2700 a.C. e largamente utilizado no Império Antigo a partir de 2600 a.C. Ainda não se sabe como as informações referentes a ele chegaram na Inglaterra daquela época, mas isso pode ser uma evidência da influência de outras culturas na Grã-Bretanha.
Já as origens de Stonehenge continuam um mistério. Especialistas acreditam que ele tenha sido erguido entre 3000 a.C. e 2000 a.C., sendo utilizado também para a realização de cerimônias religiosas.