The Hump: a operação americana que perdeu 600 aviões no Himalaia durante a Segunda Guerra Mundial

14/01/2024 às 12:002 min de leitura

Ao anunciar a inauguração de um museu na Índia, uma reportagem recente da BBC revisitou uma audaciosa operação realizada pelas forças aéreas do Exército dos EUA durante a Segunda Guerra Mundial. Durante 42 meses, a missão transportou mais de 650 mil toneladas de suprimentos de guerra através da rota, mas resultou na perda de 600 aviões e pelo menos 1,5 mil vidas nas montanhas do Himalaia.

O chamado The Hump Museum, mesmo nome da operação militar, foi inaugurado em Pasighat, uma cidade do estado de Arunachal Pradesh, na Índia, situada no sopé da grande cordilheira. A instituição exibe restos de aviões americanos que caíram no local, como seções de fuselagem, tanques de oxigênio e metralhadoras.

Os achados são o resultado de uma operação iniciada em 2009 por equipes indo-americanas, compostas por montanhistas, estudantes, médicos, arqueólogos forenses e especialistas em resgate da Agência de Contabilidade de Defesa POW/MIA dos EUA (DPAA), que busca soldados desaparecidos em combate. 

O que foi a operação "A Corcunda" sobre as montanhas do Himalaia?

(Fonte: Getty Images)(Fonte: Getty Images)

Apelidada pelos pilotos americanos de "The Hump" (A Corcunda, em português) porque passava pelas alturas mais traiçoeiras do leste do Himalaia, a operação aérea teve início em abril de 1942, logo depois que o exército japonês fechou a rota terrestre da Índia, na época uma colônia do Império Britânico, para a China, através do norte da Birmânia (hoje Mianmar). 

Considerado um feito ousado de logística aérea, os aviões de transporte americanos passaram a voar dos estados indianos de Assam e Bengala para apoiar as forças chinesas em Kunming e Chungking (atual Chongqing). Realizados na maioria das vezes por pilotos jovens e recém-treinados, os voos eram turbulentos.

"De minuto a minuto, de quilômetro a quilômetro, um avião caía, ou nas selvas baixas indianas ou nos planaltos gelados do oeste da China", diz William H. Tunner, um dos pilotos sobreviventes à BBC. "Aeronaves com suas cargas máximas eram muitas vezes apanhadas por uma corrente descendente, caindo rapidamente mais de 1,5 mil metros. Aviões às vezes colidiam com montanhas que os pilotos nem sabiam que estavam ali", acrescenta Tunner.

O resultado da missão e a memória dos heróis

(Fonte: The Hump Museum/Reprodução)(Fonte: The Hump Museum/Reprodução)

Redigido pelo general Tunner, o relatório final da missão apontou a perda de 594 aeronaves, sendo 468 americanas e 41 chinesas, com 1.314 tripulantes e passageiros mortos, entre os quais pilotos, operadores de rádio e soldados dos EUA e da China. 

Das aeronaves, 81 jamais foram encontradas, e 345 funcionários foram listados como desaparecidos. Cerca de 1,2 mil sobreviventes foram resgatados ou voltaram sozinhos para a base.

Durante a inauguração do museu em Pasighat, o seu diretor, Oken Tayeng, afirmou: "“As colinas e o povo de Arunachal Pradesh foram atraídos para o drama, o heroísmo e as tragédias da Segunda Guerra Mundial pela operação Hump”. 

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