Popeye, é você? Que coisa estranha é essa acontecendo no braço desse homem?

17/11/2017 às 12:312 min de leitura

Tudo bem que o bracinho do pobre homem da imagem nem se parece tanto assim com os braços do Popeye. Entretanto, antes que você reclame que estamos tentando forçar uma conexão com o marinheiro mais famoso dos desenhos, saiba que a condição sobre a qual vamos falar a seguir também é conhecida como “Sinal de Popeye”, tá? Pronto, eis de onde tiramos o nome! Mas, antes de prosseguir, veja a foto novamente:

Sinal de Popeye “Sinal de Popeye” — ou ruptura do tendão distal do bíceps (The New England Journal of Medicine/Naoki Yoshida e Yoshihiko Tsuchida)

Pois bem, de acordo com Cari Nierenberg, do site Live Science, o braço do homem da foto acima — um senhor japonês de 79 anos — não ficou assim, com esse volume bizarro, porque ele comeu uma bela dose de espinafre. Na verdade, ele sofreu uma ruptura do tendão distal do bíceps, um trauma que deve ser pra lá de doloroso.

Ruptura do... quê?

Segundo Cari, os tendões são tecidos que conectam os músculos aos ossos e, no caso do bíceps — aquele que aparece quando exibimos o nosso “muque” —, ele fica ligado à escápula por meio de dois tendões, o de cabeça curta e o de cabeça longa, assim como ao cotovelo por outro tendão.

No caso do senhor com braço de Popeye, ele tentou levantar um objeto pesado e sentiu uma intensa dor no ombro. Ao ser submetido a uma tomografia, os médicos descobriram que seu tendão de cabeça longa — que, como o próprio nome sugere, é o mais extenso da dupla de tendões que conectam o bíceps à escápula — havia se rompido, isto é, se soltado do osso.

Marinheiro PopeyeO engraçado é que, no Popeye, o volume fica em outro lugar do braço, né? (IMDb)

Quando isso acontece, como o bíceps deixa de contar com a sustentação dos dois tendões, ele não fica mais tão “esticadinho” no braço e, então, acaba ficando assim, meio caído, formando o volume estranho que você viu na imagem. Além disso, outra característica é que a bolota se torna mais evidente quando o braço é flexionado — e aparece menos quando o membro fica solto e relaxado.

De acordo com Cari, esse tipo de lesão é mais comum em pessoas de mais idade e geralmente ocorre devido ao desgaste e enfraquecimento natural sofrido pelos músculos e tendões por conta da passagem dos anos. No entanto, as rupturas podem acontecer em pessoas mais jovens também — especialmente em halterofilistas e indivíduos que levantam muito peso, em especial quando a manobra é realizada muito depressa.

De modo geral, essas rupturas não são corrigidas por meio de cirurgia, já que o bíceps continuará conectado ao ombro por meio do “tendão reserva”. Mas o processo de recuperação pode ser lento. O senhor da imagem seguiu um tratamento que consistiu no uso de anti-inflamatórios não esteroides durante 4 meses — período transcorrido até que a dor parou de afetar sua rotina.

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