Artes/cultura
07/10/2018 às 08:00•2 min de leitura
O Leste Asiático é famoso por sua culinária, digamos, excêntrica — basta ir em uma feira na China para ter a oportunidade de comer, por exemplo, espetinhos de barata, escorpião e outros seres que os ocidentais estão acostumados a olhar com nojo. Bom, costumes são costumes. Só que aquela região do planeta também parece ser um tanto sádica na hora de preparar alguns pratos, fazendo todo o possível para ver os animais sofrendo.
Uma dica de amigo: se você for vegetariano, talvez esta seleção não lhe caia muito bem. Vamos dar uma olhada?
Colocar lagostas vivas em água fervente é algo relativamente comum por aqui, mas, lá na China, os chefs de cozinha resolveram aumentar um pouco o sofrimento de outros crustáceos famosos: camarões. O prato em questão se chama “drunken shrimp” (literalmente “camarões bêbados”) e existem diversas variantes — às vezes, os bichinhos são submergidos em licor e ingeridos vivos, enquanto outros preferem fazê-los nadar em vinho para só então cozinhá-los.
Há até uma explicação para isso: o álcool ajudaria a matar eventuais bactérias ou parasitas que estejam nos crustáceos, mas… Não tinha um jeito menos sádico de fazer isso?
É pouco provável que você sinta alguma vontade de comer filhotes de rato para início de conversa — mas, prosseguindo, esta aqui é outra especiaria muito comum na China (mais especificamente, na província de Cantão). O prato é chamado de “three squeaks” (“três gritos”, em uma tradução livre), e faz alusão à quantidade de urros que os pobres neonatos emitem até que estejam efetivamente mortos.
A receita é simples: consiga uns ratos recém-nascidos, espete-os com palitinhos de madeira (primeiro grito), afogue-os em um molho apimentado de sua preferência (segundo grito) e dê uma boa mordida partindo o pobre roedor em dois (terceiro grito). Pois é.
Sopa de tartaruga. Um antigo livro chinês de culinária resume este prato de uma forma muito simples: coloque três tartarugas vivas em uma panela com água gelada. Ferva lentamente. E é isso. Acontece que, diferente das crenças populares, ferver animais aquáticos “aos poucos”, inserindo-os na água gelada antes, não é o suficiente para anestesiá-los — eles sofrem com o aumento da temperatura do mesmo jeito.
Como se tal crueldade já não fosse controversa o suficiente, tal prato é amplamente criticado por países ocidentais por utilizar espécimes que estão em risco de extinção. E, no fim das contas, qual é a dificuldade de, pelo menos, desmaiar as pobres tartarugas de uma forma mais humana antes que elas se desesperem dentro de uma panela com água fervendo?
Comum no Japão, Ikizukuri não é exatamente uma receita, mas sim um método de preparo de sashimi que pode ser aplicado a vários animais aquáticos — os mais famosos são os salmões, mas polvos e lagostas também costumam ser vítimas. O termo significa literalmente “preparado vivo”, e é exatamente isso que acontece.
O cliente escolhe o bicho que será torturado, o chef faz alguns cortes especiais (que, embora retire a “sujeira” do interior de seu corpo, mantém o peixe vivo) e o prato é servido com o animal ainda respirando pelas guelras — e, provavelmente, se perguntando porque a vida é tão dura. Eca!
Embora (felizmente) essa prática já não seja tão popular na China, não poderíamos deixá-la de fora da China. O “Huo Jiao Lu” (ou “Jumento Vivo Fresco”) é outro prato simples: pegue um jumento, amarre suas pernas, amarre-o de cabeça para baixo e vá cortando partes de sua carne para servir seus clientes ali, na hora, enquanto o pobre animal agoniza com seu bucho sendo aberto aos poucos.