Artes/cultura
27/05/2019 às 12:01•2 min de leitura
O Mediterrâneo se comunica com o Atlântico pelo Estreito de Gibraltar e banha incontáveis praias pitorescas do norte da África, da Europa e da Ásia, cobrindo uma área de aproximadamente 2,5 milhões de quilômetros quadrados.
(Reprodução / Worldatlas)
Ele também banha um grande número de ilhas – perto de 160 –, entre as quais estão Creta, Chipre, Sicília, Ibiza, Mallorca, Malta, Santorini, Capri e Montecristo. Infelizmente, um time de cientistas descobriu uma nova ilha na região, uma que, em vez de oferecer paisagens idílicas, é feita de toneladas e mais toneladas de lixo.
De acordo com Tom Hale, do site IFLScience!, a ilha se formou entre a Córsega e Elba – que fazem parte do território da França e da Itália, respectivamente – e é composta principalmente por fragmentos de plástico que foram parar no Mediterrâneo. A (mais ou menos) boa notícia é que a ilha parece ser um fenômeno temporário resultante de uma combinação de fatores e deve desaparecer eventualmente.
Plage d'Arone, na Córsega (Reprodução / Magazine Belles Demeures / DR)
Segundo Tom, os pesquisadores explicaram que a ilha se formou devido à dinâmica das correntes marítimas na região – que, a noroeste do Mediterrâneo, se movimentam no sentido ascendente no litoral italiano até a ilha de Elba, onde são desviadas em direção à Córsega – afetadas por eventos climáticos extremos decorrentes do aquecimento global. O problema é que a concentração de partículas e pedaços de plástico no Mediterrâneo sofreu um dramático aumento nas últimas décadas, e a intensificação das correntes só evidenciou a situação.
Levantamentos recentes conduzidos pelo World Wildlife Fund – WWF – revelaram que a concentração de fragmentos de plástico no Mediterrâneo é de quase 1,3 milhões de partículas por quilômetro quadrado. Isso significa que, embora esse mar contenha apenas 1% das águas existentes no mundo, ele abriga 7% de todos os fragmentos de plástico do planeta, situação que representa um grande risco para o ecossistema da região.
(Reprodução / Ocean Sentry)
Assustador, você não concorda? Pois a coisa se torna ainda mais preocupante se considerarmos que, se algo não for feito no sentido de restringir o uso do plástico e frear seu descarte inadequado, o Mediterrâneo pode se transformar em um mar de lixo e acabar com o desaparecimento de um sem fim de espécies.
Sem falar que a região não só serve de lar para cerca de 150 milhões de pessoas, como recebe milhões de turistas todos os anos – e muitas economias europeias se veriam seriamente afetadas se os visitantes parassem de prestigiar as praias e a gastronomia local. Ademais, não pense que o problema é apenas dos europeus que vivem no Mediterrâneo, uma vez que os impactos ambientais, sociais e econômicos decorrentes da poluição gerada pelo plástico podem se refletir no mundo todo.