Artes/cultura
12/09/2019 às 15:00•2 min de leitura
O Relatório Mundial sobre Drogas, divulgado em 2017, afirma que são mais de 255 milhões de usuários de substâncias ilícitas em todo o mundo. É um número assustador, visto que, mesmo com campanhas educativas, tratamentos para recuperação e de reinserção social são muito difíceis de surtir efeito. É muito comum recaídas em pessoas que estão em processo de recuperação.
Algumas pesquisas já tentaram estudar como o cérebro funciona, mais especificamente os genes da memória, quando o assunto é o uso de drogas. Há vários relatos de dependentes, que acabam associando um determinado lugar com o uso e, segundo eles, é muito difícil estar nesse lugar sem utilizar substâncias.
O hipocampo é uma região do cérebro responsável pela memória e, de acordo com os cientistas, também está muito associado ao vício. Para ter dados mais claros sobre isso, um grupo de pesquisadores resolveu estudar o uso crônico da cocaína, para entender como a droga funciona nesse gene. Para isso, os cientistas dividiram ratos de laboratório em dois grupos, sendo que um deles recebeu doses regulares de cocaína, enquanto o outro grupo recebeu apenas uma solução de água e sal.
O resultado mostrou que ratos alimentados com a cocaína rapidamente aprenderam a associar o ambiente com o uso da droga. Além disso, uma análise genética comprovou que o gene presente no hipocampo realmente era mais ativo neste grupo mostraram sinais de terem aprendido a associar a droga ao ambiente em que a receberam.
Com essa análise, para os cientistas é correto afirmar que os efeitos da cocaína no hipocampo e que o uso repetido da substância ativa o gene para permitir que o hipocampo forme memórias viciantes.