Estilo de vida
29/10/2019 às 09:00•2 min de leitura
Só quem já enfrentou uma ressaca sabe o quão valioso seria encontrar uma solução para esse incômodo problema. A boa notícia é que uma startup do Vale do Silício alega finalmente ter achado uma maneira de aliviar os efeitos colaterais — desconfortáveis, diga-se de passagem — da bebedeira.
O ZBiotics, lançado no último dia 17, é o primeiro probiótico geneticamente modificado do mundo. Beber um pequeno frasco de ZBiotics antes da primeira bebida alcoólica da noite ajuda o corpo a quebrar o acetaldeído, um subproduto da metabolização do etanol. Esse composto tóxico é responsável pelos sintomas conhecidos da ressaca, como dor de cabeça, náusea e palpitações cardíacas. Embora o acetaldeído se dissipe naturalmente ao longo do tempo, quanto mais bebida alcóolica é ingerida, mais a substância se acumula no corpo, acentuando as más sensações.
A bactéria escolhida foi a Bacillus subtilis, tradicionalmente usada no processo de fermentação da soja no Japão, alterada geneticamente para produzir uma enzima capaz quebrar o acetaldeído. Essa enzima é semelhante à produzida pelo fígado, com a diferença que o ZBiotics a direciona ao intestino, onde ela trabalha para evitar a ressaca.
"Tivemos que criar algo novo para resolver o problema porque a natureza não tinha uma solução", explicou o fundador da ZBiotics e microbiologista Zack Abbott. "Se a natureza tivesse uma solução, a humanidade a encontraria antes de 2019. A base para a criação do ZBiotics foi a ideia de que podemos potencialmente direcionar ou aproveitar o poder das bactérias, domando-as para criar recursos que são úteis para nós", finalizou.
A bebida probiótica é comercializada em pequenas garrafas translúcidas de 15 mililitros que custam entre US$ 9 e US$ 12 — o equivalente a R$ 36 a R$ 48. Vale a pena ressaltar que o ZBiotics age aliviando alguns efeitos negativos da bebida, mas não impede que quem o consumiu fique bêbado ou ajude a ficar sóbrio mais rápido.
Você pode estar pensando que a ideia de "curar" a ressaca pode parecer um pouco fútil quando comparada à cura de doenças, mas, começando com este produto, a ZBiotics criou uma plataforma tecnológica que lhes permite trabalhar em "probióticos 2.0” — os próximos passos para os probióticos projetados. "Para começar, estamos focados em produzir bactérias que possam ajudar a protegê-lo de compostos tóxicos nos alimentos e na água que você ingere, ou ajudá-lo a absorver nutrientes com mais eficiência, ou a resistir a doenças infecciosas", diz Zack.
Probióticos projetados e outros micróbios oferecem oportunidades incríveis para a humanidade. "Saúde humana, agricultura, mudança climática, ciência dos materiais e bens de consumo terão enormes inovações e benefícios nos próximos 50 anos, graças aos micróbios projetados", finalizou.