Segundo paciente curado de HIV é confirmado por médicos

10/03/2020 às 09:002 min de leitura

Quase 10 anos após o primeiro caso de sucesso na cura de um paciente aidético (quando Timothy Ray Brown foi declarado livre da doença), o segundo paciente curado de HIV foi confirmado, nesta terça-feira (10), pela equipe médica da Universidade de Cambridge, registrando mais uma importante história de superação e de persistência de pessoas com quadros clínicos delicados. 

Segundo informações publicadas na revista The Lancet, o venezuelano Adam Castillejo, de 40 anos, também conhecido como o "paciente de Londres", está totalmente curado da AIDS que estava tratando durante mais de 10 anos, não apresentando mais quaisquer sinais da doença há cerca de 30 meses. "Quero ser um embaixador da esperança", disse o homem em entrevista ao The New York Times.

A revelação do segundo paciente curado de HIV na história da medicina foi feita somente nesta semana, mas desde março de 2019 que o tratamento de Adam já havia encerrado, quando passou por uma cirurgia de transplante de medula óssea doada por um organismo que continha células mutantes resistentes ao HIV, algo que resultou diretamente no fortalecimento de seu sistema imunológico.

(Fonte: Andrew Testa/The New York Times)

Quase um ano depois, a equipe médica permitiu, de forma consensual com o paciente, a Adam revelar sua identidade ao mundo para expôr oficialmente que estava curado da AIDS após passar meses em observação e análise em virtude do método cirúrgico ao qual foi submetido. “Achamos que isso é uma cura agora, porque já faz um ano e fizemos mais alguns testes” disse o virologista Dr. Ravindra Gupta, da Universidade de Cambridge. "Nossas descobertas mostram que o sucesso do transplante de células-tronco como cura para o HIV, relatado pela primeira vez há 9 anos no 'paciente de Berlim' [Timothy Ray Brown], pode ser replicado."

Apesar do sucesso do tratamento do venezuelano, o professor Gupta, que esteve acompanhando todo o processo de Adam, ressalta, em entrevista à BBC, que o método utilizado no caso dele, caracterizado por um transplante pouco convencional e de alto risco, ainda não pode ser utilizado em larga escala como ocorrem com os medicamentos tradicionais, mas que poderá indicar um vislumbre, sugerindo uma possível cura definitiva para a AIDS. O médico ressaltou: "Isso representa quase certamente a cura do HIV."

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