Ciência
20/02/2021 às 05:00•1 min de leitura
No século XIX, mulheres que trabalhavam em fábricas de fósforo começaram a sofrer com uma condição letal que fazia com que os ossos de suas mandíbulas começassem a apodrecer, e era causada pela inalação de muitas substâncias químicas tóxicas presentes nestes locais. Com isso, os ossos de suas mandíbulas literalmente começavam a apodrecer.
Conhecida como “mandíbula de fósforo”, o primeiro registro da doença remete ao ano de 1855, na Inglaterra, quando uma jovem de apenas 16 anos, chamada Cornelia, procurou um médico porque estava sentindo muita dor de dente. De acordo com a moça ela trabalhava mais de 8 horas por dia em uma fábrica de fósforos. Nos últimos dias, a dor era tamanha que ela nem conseguia comer.
Mal sabia ela que as substâncias que respirava diariamente fizeram com que sua mandíbula apodrecesse. Na verdade, nem mesmo o médico percebeu isso! Ele removeu um dos dentes de Cornelia e a liberou para voltar à fábrica. Em pouco tempo, ela retornou em uma condição pior.
Segundo os registros do Hospital Bellevue, a garota tinha um buraco em sua mandíbula e o osso começou a produzir muito pus. Logo, ela precisou de uma cirurgia para remover toda a parte inferior da estrutura óssea.
Além de Cornelia, centenas de outras trabalhadoras sofreram com a “mandíbula de fósforo” no século XIX. Afinal, o serviço dessas mulheres consistia em mergulhar os palitos em pó de fósforo por horas, até que eles pudessem ser acesos em qualquer superfície. Essa proximidade por tanto tempo originou a condição que levou muitas delas à morte.
Os empresários sabiam do perigo de desenvolver o problema, porém, o lucro veio em primeiro lugar e eles continuaram empregando jovens para trabalharem de 15 a 16 horas por dia. Foram precisos anos e muitos defensores dos direitos dessas trabalhadoras para que as empresas desenvolvessem procedimentos mais seguros para a produção dos fósforos.