Febre amarela: doença devastou Nova York em 1795

10/07/2021 às 06:002 min de leitura

Em 1793, o mosquito Aedes aegypti, vetor da febre amarela, matou cerca de 10% da população da Filadélfia, nos Estados Unidos, provocando uma enorme "onda" de pânico entre os cidadãos.

Quando todo mundo pensou que o surto havia acabado, dois anos depois a epidemia retomou ainda mais forte, dessa vez em Nova York. Em uma época em que ninguém sabia como a doença era transmitida, milhares de pessoas se trancaram em casa e acabaram morrendo sozinhas ou entre seus familiares.

(Fonte: Emerging Revolutionary War Era/Reprodução)(Fonte: Emerging Revolutionary War Era/Reprodução)

Quem se arriscava em sair de casa colocava um lenço embebido em vinagre para filtrar o ar, cobrindo o nariz e a boca, na esperança de que assim pudessem evitar em respirar o vírus no ar. Os mais desesperados acabaram recorrendo a regimes milagrosos e drogas que prometiam minimizar a piora da doença, mas que, em muitos casos, só a piorou.

No quadro brando da infecção, a pessoa experimentava febre moderada e dor de cabeça, mas nos casos graves – que acometia por volta de 25% dos infectados –, os pacientes sofriam com febre altíssima, hemorragias, sangramento de nariz, olhos e ouvidos. Alguns chegavam a vomitar sangue enegrecido e desenvolviam icterícia que dava nome a doença ao conferir um tom amarelado aos olhos e a pele.

Correndo no escuro

(Fonte: NPR/Reprodução)(Fonte: NPR/Reprodução)

No início do século XIX, as autoridades médicas dos Estados Unidos e da Inglaterra suspeitavam que a febre amarela fosse disseminada através de vapores pestilentos emitidos por lixo em decomposição.

O governo da cidade de Nova York abriu o Hospital Bellevue em uma tentativa de isolar os infectados para uma possível melhora no controle da doença. Eles ainda não tinham ideia de que a única solução seria a vacina, que só chegaria em 1937. Ainda assim, até hoje a doença mata até 30 mil pessoas por ano, principalmente na África.

(Fonte: Public Books/Reprodução)(Fonte: Public Books/Reprodução)

Só no outono de 1795, mais de 700 nova-iorquinos morreram antes que o frio matasse os mosquitos e cessasse com a epidemia. Para evitar um novo surto, os comissários de saúde montaram várias zonas de quarentena cuidadosa.

Quando choveu por três dias seguidos na Nova York de 1798, as autoridades municipais esperavam que a água "limpasse" as ruas e "purificasse" o ar. Contudo, a tempestade trouxe uma "onda" de calor enorme, e a água acumulada de dias formaram criadouros perfeitos para os mosquitos da febre amarela.

A inércia do governo

(Fonte: Welcome Collection/Reprodução)(Fonte: Welcome Collection/Reprodução)

A doença voltou com força e ceifou a vida de mais de 3.500 pessoas rapidamente, forçando a reabertura do Hospital Bellevue para o público.

Em 1802, a febre tornou a apavorar a população, e foi John Pintard quem começou a coletar as estatísticas de mortalidade. Dois anos depois, ele foi nomeado o primeiro Inspetor de Saúde da cidade, tornando documento oficial seus registros sobre a doença.

O Conselho de Saúde pouco fez para determinar ou combater a doença de maneira eficaz, ainda que não soubesse de onde vinha. O órgão ficou inativado até 1832, até que o governo o financiasse propriamente.

As grandes epidemias de febre amarela em Nova York também foram o resultado da relutância em divulgar os casos por medo do quanto afetaria a economia. A consequência veio através de pilhas de cadáveres.

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