Ciência
06/08/2021 às 07:00•2 min de leitura
O vôlei feminino brasileiro teve uma notícia boa e outra ruim logo no início desta sexta-feira (06). A boa é que estamos na final olímpica, após um passeio das nossas jogadoras em cima das sul-coreanas, com 3 sets a 0. A ruim é que não contamos com a maravilhosa Tandara na semi nem a teremos no time para a final: um exame antidoping realizado nela antes das Olimpíadas acusou a presença de ostarina, uma substância proibida. Tandara já deixou Tóquio e está voltando ao Brasil para realizar sua defesa junto à Autoridade Brasileira de Controle de Dopagem (ABCD).
Tandara é uma das principais jogadoras do vôlei brasileiro. (Imagem: Olimpíada todo Dia)
A ostarina é uma substância proibida para os atletas, encaixando-se no item "S1.2 Agentes Anabolizantes – Outros Agentes Anabolizantes – SARMS" dentro da lista da Agência Mundial Antidoping. Em resumo, é um modulador hormonal que auxilia na perda de peso e no aumento da massa magra (músculos), mas sem as contraindicações dos esteroides.
Segundo o portal gringo Web MD, o que essa substância faz é ligar-se a proteínas chamadas receptores androgênicos, dando um sinal para os músculos crescerem. Ela foi desenvolvida para ajudar pacientes com Aids, câncer e em outras condições que causam uma perda de peso e músculo exagerada e de forma involuntária.
Porém, como ela ajuda a ganhar massa magra sem aumento de gordura e com menos efeitos colaterais do que outros esteroides, logo chamou a atenção de fisiculturistas. Por isso, ela é incluída nas fórmulas de alguns suplementos, embora nenhum deles seja aprovado pela FDA, a "Anvisa" dos Estados Unidos, nem pela a própria Anvisa. Em abril de 2021, a agência proibiu a venda desse tipo de produto em nosso país.
A ostarina é um anabolizante e, portanto, proibido para atletas. (Imagem: Freepik)
O Globo Esporte e outros veículos de imprensa procuraram Tandara, mas ela preferiu não se posicionar sobre esse caso até apresentar sua defesa junto à ABCD. O técnico da seleção de vôlei feminino, Zé Roberto Guimarães, disse que atleta afirmou não ter tomado nada ilegal — e que ele e o time acreditam nela.
Informações veiculadas hoje pela manhã dizem que a suspeita de Tandara está em remédios que ela tomava para regular seu ciclo menstrual. Nem ela nem a imprensa revelaram qual é o tal remédio ainda. Porém, Fernanda Borges, do lançamento de disco, teve problemas com essa mesma substância no antidoping e conseguiu reverter a suspensão a tempo de competir nas Olimpíadas de Tóquio.
Independentemente de qualquer fato, Tandara é uma grande atleta, e as meninas do vôlei brasileiro merecem demais o ouro em Tóquio. Torcemos para que dê tudo certo! A final do vôlei feminino será na madrugada de sábado para domingo, à 1h30.