Ciência
15/08/2022 às 11:00•2 min de leitura
Se descobrir mais sobre as proteínas atuantes no desenvolvimento de câncer se configura como um desafio para os pesquisadores que se debruçam sobre o tema, agora eles já podem encontrar um novo caminho para explorar na busca da cura da doença.
Um estudo publicado na Revista Life Science Alliance trouxe as descobertas que uma equipe de cientistas teve a partir da investigação sobre algumas das formas de câncer mais recorrentes: o câncer de pele, de pâncreas e o tumor cerebral infantil.
O que chamou a atenção dos estudiosos da Universidade da Califórnia em Irvine, nos Estados Unidos, é a presença da proteína GLI1, ativa tanto na renovação celular quanto em várias espécies de tumores.
O mecanismo da interação em que ela está envolvida, por sua vez, é bastante complexo: uma vez que a proteína GLI1 é ativada pela de sinalização Hedgehog (HH), um processo relacionado ao desenvolvimento de células embrionárias e de renovação dos tecidos, ela acaba ligada a uma outra proteína chamada SUFU, que a suprime e impede de ativar os genes das células.
Entretanto, o enfraquecimento dessa ligação pode ocorrer em circunstâncias específicas e dá espaço para que a proteína GLI1 entre no núcleo das células e provoque o crescimento desordenado delas, aumentando a chance de um indivíduo apresentar câncer.
O objetivo da pesquisa é possibilitar avanços na compreensão do mecanismo em que a proteína GLI1 está envolvida. (Fonte: Unsplash)
Outro ponto importante levantado nessa investigação é que várias mutações presentes na proteína SUFU foram detectadas em outros tipos de tumores em virtude da transcrição feita a partir da GLI1, reforçando o quanto o papel da interação entre essas partículas merece ser cuidadosamente analisado.
A busca por formas de prevenir o surgimento dos tumores tem sido constante e a medicina tem conseguido obter avanços significativos nesse sentido. Hoje, temos como exemplo o fato de novas vacinas serem resultados destas conquistas.
No caso das doenças provocadas por vírus, a vacina quadrivalente, que protege contra o HPV, é capaz de prevenir a formação de câncer no colo do útero. O desafio, contudo, é o de reduzir a ocorrência de outros tipos de tumores de forma eficaz.
Se essas descobertas sobre a atuação das proteínas presentes no câncer soam promissoras, é porque também abrem a possibilidade de desenvolver tratamentos menos invasivos para os pacientes futuramente.