Maria Feliciana: a brasileira que já foi a mulher mais alta do mundo

15/04/2023 às 13:002 min de leitura

Entre as décadas de 1980 e 1990, o nome Maria Feliciana dos Santos foi responsável por levar Sergipe "às alturas" e atrair a atenção do mundo para o pequeno munício de Amparo de São Francisco, onde nasceu Maria Feliciana, a mulher mais alta do mundo.

Filha única, nascida em 27 de maio de 1946, seu pai, Antônio Tintino da Silva, tinha 2,40 metros de altura; sua mãe, Maria Rodrigues dos Santos, tinha 1,80 metro, o que é bastante para uma mulher, mas o gene expressivo na altura mesmo veio da família paterna. Isso porque sua avó e tia paternas tinham 2,30 metros.

Maria, no entanto, desafiou a ciência e sua própria biologia, porque, aos 23 anos, ela já tinha 2,25 metros, sendo que seu crescimento disparou a partir dos 10 anos. Sua primeira aparição pública aconteceu em 1962, ainda aos 16 anos, mas foi só aos 18 anos que ela ganhou fama nacional, a princípio, ao aparecer no Programa do Chacrinha e receber o título de "Rainha da Altura", a mulher mais alta do Brasil. A partir disso, ela ganhou reconhecimento internacional.

Uma mulher cheia de talentos

(Fonte: Sergipe em Fotos/Reprodução)(Fonte: Sergipe em Fotos/Reprodução)

E assim foi por alguns anos. Maria Feliciana decidiu ingressar nessa vida de celebridade internacional sob orientação de Antônio Freire de Souza, responsável por descobri-la no interior do Sergipe e se tornar seu empresário.

Ele criou uma imagem a ser comercializada e, assim, a mulher emplacou apresentações em circos, participou de filmes e esteve em vários programas de televisão. Foi assim que ela conheceu José Gregório Ribeiro, mais conhecido como "Vaqueiro do Sertão", que a apresentou ao cantor Luiz Gonzaga, com quem Maria Feliciana viajou pelo Brasil por quatro meses em turnê.

(Fonte: Sergipe em Fotos/Reprodução)(Fonte: Sergipe em Fotos/Reprodução)

A própria mulher considera que seu reconhecimento, principalmente na cultura popular, se consolidou a partir desse momento – e realmente foi isso. Aos 25 anos, Maria Feliciana começou a jogar basquete como alternativa para estruturar seu futuro e não viver apenas do que a mídia a oferecia, chegando a fazer parte da Seleção Sergipana por dois meses.

Em Porto Alegre, ela participou de 22 jogos da Confederação Brasileira de Desportos Universitários, em 1971. Cantora por 12 anos, interrompeu sua carreira no Trio Sergipano quando conheceu Assuíres José dos Santos, com quem se casou e teve três filhos, que herdaram os genes maternos no quesito altura.

O esquecimento

(Fonte: Radar Sergipe/Reprodução)(Fonte: Radar Sergipe/Reprodução)

A vida de Maria Feliciana começou a perder o glamour em meados de 1995, durante uma cirurgia que teve que fazer no pé e que gerou complicações. A mulher teve que retirar ossos do pé e cerca de um terço dele, comprometendo para sempre sua mobilidade.

Três anos mais tarde, o pai de seus filhos morreu em um trágico acidente de carro, deixando a família em luto e em penúria por ser ele a fonte de renda. Em uma casa modesta, Maria Feliciana acumula doenças, como osteoporose, trombose e úlcera nos pés.

(Fonte: Infonet/Reprodução)(Fonte: Infonet/Reprodução)

Em 2020, uma reportagem da Infonet mostrou a mulher, aos 73 anos, confinada em uma cama devido ao comprometimento de sua mobilidade, pedindo ajuda financeira para construir um quarto com mais conforto e conseguir manter sua rotina de medicamentos.

Enquanto isso, a prefeitura de Sergipe renomeou o Edifício Estado de Sergipe como Edifício Maria Feliciana, em homenagem à história da brasileira que, por muito tempo, foi a mulher mais alta do mundo, em vez de proporcionar uma vida um pouco mais confortável para ela.

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