Estilo de vida
27/07/2023 às 04:00•2 min de leitura
Tentando prevenir infecções, muitas pessoas que usam banheiros de shoppings, aeroportos, rodoviárias e outros locais movimentados costumam forrar o assento da privada. Porém, cobrir o vaso sanitário em banheiros públicos com papel higiênico não é uma boa ideia.
Em vez de proteger o usuário, forrar o vaso com papel higiênico pode facilitar o contato com os germes daquele ambiente. O problema está no papel, áspero e absorvente, objeto perfeito para as bactérias liberadas durante a descarga se depositarem.
Isso acontece principalmente quando o rolo fica muito próximo à privada e não possui qualquer tipo de proteção. Após a descarga, as bactérias fecais transportadas pelo ar caem diretamente no papel, onde são absorvidas e se acumulam com o uso constante do banheiro público.
(Fonte: Getty Images/Reprodução)
Assim, quem forra o vaso sanitário pode aumentar as chances de contaminação ao entrar em contato com o papel que está há horas sendo “bombardeado” pelos micro-organismos. É possível amenizar o problema ao dar descarga com a tampa fechada, mas não há como saber se os usuários anteriores seguiram este procedimento.
Se o uso do papel higiênico sobre o vaso sanitário nos expõe a mais bactérias, sentar diretamente na privada pode não ser tão ruim quanto parece. Quem garante é o professor de microbiologia e patologia do NYU Langone Medical Center, nos Estados Unidos, Philip Tierno.
“O tampo do assento sanitário é muito mais limpo do que a pia da cozinha da maioria das pessoas”, afirmou o especialista, em entrevista à revista Self. O motivo está na superfície lisa da privada, projetada assim para repelir os germes que caem nela e morrem em seguida.
(Fonte: Getty Images/Reprodução)
Ainda de acordo com Tierno, a maioria das bactérias nos assentos dos banheiros públicos são "comuns" e não trazem grandes problemas. Os agentes causadores das infecções sexualmente transmissíveis (ISTs), por exemplo, sobrevivem poucos segundos fora do corpo e são dificilmente achados em tais locais.
O especialista disse que os riscos são maiores apenas em situações específicas, como em feridas abertas na pele, que podem facilitar determinadas infecções. Para doenças transmitidas pelo sangue, os fluidos corporais de terceiros teriam que ser colocados diretamente sobre as lesões para a infecção.
Agachar surge como opção para evitar o contato com os germes ao sentar no banheiro público. Porém, a posição de cócoras pode ser problemática para as mulheres com o passar do tempo, levando à alteração da mecânica da micção e aumentando os riscos de infecção, segundo o Centro Médico Wexner da Universidade Estadual de Ohio (EUA).
Outras alternativas são usar lenços desinfetantes para limpar o assento ou levar seu próprio protetor sanitário descartável. Além disso, é recomendável ter cuidado ao tocar em outras áreas do banheiro, que também funcionam como depósitos de micro-organismos, e lavar as mãos com frequência.