Ciência
08/11/2023 às 13:00•2 min de leitura
Perder aqueles quilinhos a mais exige bastante esforço das pessoas. Uma das maiores dificuldades é conseguir se manter firme em uma dieta prescrita por nutricionistas. Esses profissionais baseiam as suas recomendações em pesquisas que indicam como cada grupo alimentar, ou alimento específico, influencia no ganho e perda de peso. Portanto, é preciso estar atento às novidades científicas — e uma delas aponta a frutose como principal culpada pelo ganho exagerado de peso.
Quem afirma isso é o médico Richard Johnson, do Campus Médico Anschutz da Universidade do Colorado, nos Estados Unidos. Em seu artigo, o médico reconhece que as pesquisas atuais sobre nutrição e perda de peso estão corretas e funcionam — portanto, não há motivos para você deixar de lado as dicas da sua nutricionista. O que ele propõe em seu trabalho é analisar o impacto que a frutose tem no ganho de peso.
"Aqui, revisamos as várias hipóteses dietéticas para a obesidade. Propomos que todas elas estão amplamente corretas e que, embora aparentemente pareçam incompatíveis, todas podem ser unificadas com base em outra, conhecida como hipótese de sobrevivência da frutose", afirma.
(Fonte: Getty Images)
A frutose é um açúcar, portanto, é um carboidrato. Cortar carboidratos não é só tirar farinha e massa da dieta, mas, também, açúcares.
Esse carboidrato específico tem origem em legumes, vegetais, frutos e frutas, daí o seu nome. Nesses alimentos, a quantidade de frutose é naturalmente baixa. Inclusive, o Dr. Richard Johnson não recomenda a retirada desses alimentos de uma dieta saudável. Porém, nosso corpo também é capaz de produzir frutose a partir do consumo de outros alimentos.
(Fonte: Getty Images)
A frutose obtida por meio de alimentos naturais não é um problema, desde que o consumo de frutas seja variado e moderado. As frutas têm fibras e ajudam o corpo a se sentir saciado.
No entanto, a indústria alimentícia usa muito a frutose para adoçar os seus produtos — e é aí que mora o problema, pois as pessoas estão consumindo muita frutose em suas dietas.
O estudo da Universidade do Colorado vai além, mostrando que a frutose está associada aos baixos índices de trifosfato de adenosina (ATP). O ATP é uma molécula cuja função é gerar energia para as células.
Sendo assim, quando o nível de ATP é baixo, o corpo entende que precisa de energia externa (comida) e isso gera fome, só que o problema é que a pessoa não deveria estar faminta. Isso é resultado do consumo exagerado de frutose, que acaba alterando os níveis de ATP do corpo, levando a pessoa a comer comidas mais calóricas, como massas e gorduras.
“Essencialmente, essas teorias que colocam uma série de fatores metabólicos e dietéticos no centro da epidemia de obesidade são todas peças de um quebra-cabeça unificado por uma última peça: a frutose”, afirma Johnson.
“A frutose é o que faz com que nosso metabolismo entre em modo de baixo consumo de energia e perca o controle do apetite, mas os alimentos gordurosos se tornam a principal fonte de calorias que impulsionam o ganho de peso”, explica.
É importante frisar que mais pesquisas sobre o tema estão sendo conduzidas e que esse estudo não propõe uma dieta específica de frutose. A dica é consumir produtos ultraprocessados com moderação até que uma conclusão sobre o tema ocorra.