Ciência
27/11/2023 às 08:00•2 min de leitura
Uma mulher chamada Kelsey Hatcher, moradora no estado do Alabama nos EUA, está vivendo um tipo de gravidez totalmente inédito. Diagnosticada na adolescência como portadora de dois úteros, ela descobriu, durante uma ultrassonografia de sua quarta gestação, que havia um bebê igualmente saudável no útero ao lado.
A condição de Kelsey, chamada útero didelfo, é raríssima e afeta 0,3% da população feminina no mundo. É o resultado de uma malformação uterina que ocorre por uma falha da fusão lateral dos chamados ductos de Müller, durante o desenvolvimento embrionário da mulher, resultando no desenvolvimento de dois colos e dois corpos uterinos.
Quando a então adolescente recebeu seu diagnóstico, o único alerta que os médicos fizeram foi que ela teria um risco maior de abortos espontâneos e partos prematuros devido ao transtorno. No entanto, Hatcher já deu à luz três vezes, sem qualquer imprevisto. Mas engravidar de dois fetos em úteros separados é uma ocorrência em um milhão, diz o especialista em medicina materno-fetal Richard Davis ao The Washington Post.
(Fonte: Kelsey Hatcher/Instagram)
Reconhecendo que “os ginecologistas obstetras passam suas carreiras inteiras sem ver nada parecido”, a médica de Hatcher, dra. Shweta Patel, explicou à agência de notícias WVTM13 que as duas gestações de sua cliente ocorreram separadamente. Dessa forma, os bebês não são tecnicamente gêmeos fraternos, pois os embriões não compartilham um útero.
De acordo com Patel, ela e sua equipe estão analisando cuidadosamente todas as opções de parto, que podem incluir cesarianas para um ou ambos os bebês. A grande preocupação é quanto ao risco de perda de sangue, pois seriam necessárias duas incisões, uma para cada útero.
(Fonte: Getty Images)
Ainda meio atordoados com as novidades que vão se sucedendo, Hatcher e Caleb já começaram a poupar para conseguir comprar uma casa maior que tenha pelo menos cinco quartos, além de uma van nova que suporte cinco boosters (assentos elevatórios) no futuro. O casal ainda não sabe como os bebês se chamarão, mas terão nomes com R, como os irmãos Raelynn, de 6 anos, River, de 4, e Rhemy, de 1 ano.
A data dos partos é no Natal, mas Hatcher torce para que eles cheguem um pouco mais cedo, para que a família possa comemorar a data na casa do casal, em Dora, no Alabama. Ela diz que, embora tenha planejado originalmente uma vida com três filhos, não vê a hora de os outros dois se juntarem ao time.
Entrevistada pelo The Washington Post, ela diz estar se esforçando para não pensar muito sobre a excepcionalidade da sua gravidez. Ela afirma que está evitando não se "debruçar demais" sobre o assunto para não pirar. "Apenas tento me concentrar no positivo e saber que estou nas melhores mãos em nossa área, e as coisas vão ficar ótimas", conclui.