Ciência
08/04/2024 às 14:00•3 min de leituraAtualizado em 08/04/2024 às 14:00
A data de 8 de abril marca o Dia Mundial de Combate ao Câncer. Esta é uma doença que causa a morte de cerca de 10 milhões de pessoas por ano, segundo a Organização Mundial da Saúde. Ou seja: toda nova descoberta sobre ela pode ajudar a salvar vidas.
A boa notícia é que o campo científico está constantemente testando novos tratamentos para oferecer aos pacientes de câncer. Confira a seguir quatro destas novas possibilidades que se prenunciam no horizonte.
Pesquisadores americanos anunciaram um teste que poderá identificar 18 tipos de câncer em estágio inicial. E o melhor é que o teste da Novelna deve fazer isso a partir da análise das proteínas do sangue, sem utilizar métodos invasivos.
De acordo com o estudo, que já foi publicado, a análise foi feita em 440 pessoas diagnosticadas com câncer. O teste rastreou corretamente 93% dos casos já identificados em homens em estágio 1 e em 84% das mulheres.
Segundo os pesquisadores, esse resultado abre margem para o desenvolvimento de um teste de rastreio multicancerígeno bastante preciso e que pode auxiliar no tratamento precoce da doença, diminuindo muito o número de mortes.
Um dos tratamentos oncológicos mais comuns é a quimioterapia. Segundo o Serviço Nacional de Saúde da Inglaterra, o país está testando o uso de uma injeção para tratamento de doença que leva apenas 7 minutos para ser administrada, diminuindo muito o tempo de um tratamento intravenoso atual (que dura cerca de uma hora).
A vantagem de acelerar o tempo de tratamento é liberar os pacientes para outros atendimentos e proporcionar menos angústia. A expectativa é que cerca de 3.600 pacientes ingleses passem a receber seu tratamento por meio dessa injeção.
O tratamento com células-tronco é uma das grandes esperanças na cura do câncer. Faz cinco anos que a FDA aprovou a terapia com essas células T retiradas do receptor de antígeno quimérico (CAR), gerando uma terapia emergente que se expande para diversos tipos de câncer.
No Brasil, a Anvisa aprovou em 2023 que a Fundação Hemocentro de Ribeirão Preto e o Instituto Butantã pudesse iniciar os testes em seres humanos. O tratamento, feito no publicitário e escritor Paulo Peregrino, usava células modificadas do próprio paciente para combater o câncer que ele possui há cinco anos.
Em seguida, as instituições divulgaram resultados impressionantes: ele tinha muitos nódulos espalhados no organismo que começaram a desaparecer apenas 30 dias depois. As pesquisas seguem em andamento com novos pacientes, e os cientistas têm esperança para que, em breve, a Anvisa registre essa nova terapia para que ela fique disponível aos pacientes do SUS.
Na Índia, pesquisadores estão usando inteligência artificial (IA) e a aprendizagem automática para avançar em seus estudos sobre o rastreio de cânceres comuns. A tecnologia é usada para analisar raios-x e identificar a doença onde talvez os especialistas não vejam.
Isso é importante, por exemplo, para o diagnóstico de cânceres comuns e altamente letais, como o de pulmão. Uma pesquisa feita no MIT está elaborando uma tecnologia de IA que consiga prever a probabilidade de uma pessoa desenvolver esse câncer com até seis anos de antecedência por meio de uma tomografia computadorizada.
“Descobrimos que, embora nós, como humanos, não conseguíssemos ver onde estava o câncer, o modelo ainda poderia ter algum poder preditivo sobre qual pulmão acabaria por desenvolver a doença”, afirma Jeremy Wohlwend, um dos autores do estudo, em entrevista ao We Forum.