Ciência
03/09/2024 às 15:00•2 min de leituraAtualizado em 03/09/2024 às 15:00
É bem provável que em algum momento da sua vida você tenha se sentido irritado ou com raiva por estar sentido fome, não é mesmo? A resposta para isso vem dos últimos estudos, que sugerem que as flutuações de açúcar no sangue também são parcialmente responsáveis pela conexão entre o que comemos e como nos sentimos.
De acordo com os investigadores, os níveis de açúcar no sangue são combustíveis para a ansiedade e a depressão, sobretudo pelos seus efeitos em nossos hormônios e no nosso sistema nervoso.
A saúde mental é uma ciência complexa. Existem inúmeros fatores sociais, psicológicos e biológicos que podem determinar a experiência de uma pessoa. No entanto, ensaios clínicos randomizados demonstraram que a dieta é um fato biológico que pode influenciar significativamente o risco de sintomas de depressão e ansiedade, especialmente em mulheres.
Muitos desses estudos testaram a dieta mediterrânea ou uma versão modificada dela para buscar resultados. Esse tipo de dieta consiste em se alimentar de muitos vegetais, frutas, azeite de oliva, grãos integrais, legumes e nozes, bem como pequenas quantidades de peixe, carne e laticínios. Por conta disso, essa também é uma dieta com baixo índice glicêmico — sistema que classifica o potencial alimentar de aumentar o açúcar no sangue.
Conforme observado pelos cientistas, as flutuações do açúcar no sangue afetam o humor entre seres humanos. Assim, dietas de alto índice glicêmico produzem picos drásticos no açúcar e têm sido associadas a um risco aumentado de depressão e ansiedade. Alguns carboidratos de alto índice glicêmico são arroz branco, pão branco, biscoitos e assados.
Pesquisadores apontam que a insulina é outro hormônio desencadeado por carboidratos e açúcar. Uma vez que o trabalho dela é reduzir os níveis de açúcar no sangue e escoltá-lo para dentro das nossas células de forma que ele possa ser usado como energia, o consumo de açúcar excessivo também provoca um aumento drástico da insulina.
Isso pode resultar em níveis de açúcar no sangue que caem abaixo de onde começaram. Essa queda, por sua vez, desencadeia a liberação de adrenalina e noradrenalina, que também afetam como nos sentimos e podem se manifestar como ansiedade, medo ou agressão.
Segundo os investigadores, a maneira mais óbvia de estabilizar os níveis de açúcar no sangue é diminuir a sua ingestão e também a ingestão de carboidratos. No entanto, essa não é a única maneira. Pesquisas mostram que mudanças simples na dieta podem mitigar as flutuações voláteis do açúcar e colaborar com a saúde mental.