Extrato de alecrim pode ajudar a combater vício em cocaína, sugere estudo

04/09/2024 às 06:002 min de leituraAtualizado em 04/09/2024 às 06:00

Um estudo recente feito pela Universidade da Califórnia revelou uma possível ferramenta importante na luta contra o vício em cocaína: o ácido carnósico, um composto presente no extrato de alecrim. Essa substância demonstrou ter efeitos impactantes na redução da sensibilidade à droga em experimentos feitos com camundongos em laboratório, trazendo esperança para o desenvolvimento de tratamentos mais eficazes para a dependência em cocaína.

A cocaína é uma droga que afeta o cérebro ao aumentar a sensação de prazer, criando um ciclo de dependência. Contudo, o ácido carnósico parece ter a capacidade de atuar no cérebro como inibidor dessa resposta, interferindo nos mecanismos recompensadores da droga. Essa descoberta, até o momento, não apenas aprofunda o conhecimento sobre os efeitos do alecrim no corpo, mas também abre novas portas para tratamentos de vícios.

O que é o 'globo pálido externo'?

Ácido carnósico, encontrado no extrato de alecrim, poderia ajudar no combate ao vício em drogas. (Fonte: Getty Images)
Ácido carnósico, encontrado no extrato de alecrim, poderia ajudar no combate ao vício em drogas. (Fonte: Getty Images)

O estudo norte-americano focou em uma área do cérebro chamada globo pálido externo, que desempenha um papel importante no controle de respostas ao prazer e à recompensa. Pesquisadores descobriram que as células dessa região se tornam mais agitados após o uso de cocaína, alterando a atividade cerebral significativamente. Essas mudanças afetam a expressão de proteínas que regulam a excitabilidade das células, contribuindo para a dependência.

O ácido carnósico se mostrou eficaz ao restaurar o equilíbrio nessa região do cérebro. Ele age nos canais de membrana que controlam a atividade celular, ajudando a reduzir a resposta exagerada ao uso da droga. Esse efeito pode ser a chave para desenvolver novos tratamentos que não apenas combatam a dependência, mas também diminuem a vulnerabilidade de algumas pessoas aos efeitos da cocaína.

Essas descobertas são especialmente promissoras, considerando que os tratamentos atuais para dependência de drogas frequentemente focam em aspectos comportamentais. Um tratamento que atue diretamente na biologia do cérebro pode ser mais eficaz e duradouro, oferecendo aos dependentes uma nova forma de lidar com o vício.

Perspectivas para o futuro

Pesquisadores ressaltam que não existem terapias eficazes para a dependência de psicoestimulantes até então. (Fonte: Getty Images)
Pesquisadores ressaltam que não existem terapias eficazes para a dependência de psicoestimulantes até então. (Fonte: Getty Images)

Embora o estudo seja promissor, ainda há muitos passos a serem dados antes que o ácido carnósico possa ser usado como tratamento em humanos. Os próximos estágios da pesquisa incluem testar os efeitos em humanos e verificar se essa abordagem é eficaz para outros tipos de dependência, além da cocaína. A equipe também está analisando possíveis efeitos colaterais e ajustando a dosagem ideal para alcançar os melhores resultados.

Outro aspecto importante dessa pesquisa é a possibilidade de identificar indivíduos mais suscetíveis à dependência. O comportamento das células no globo pálido externo pode servir como biomarcador, permitindo que profissionais da saúde identifiquem e tratem aqueles mais vulneráveis antes que a dependência se instale. Essa abordagem preventiva pode ser tão valiosa quanto o tratamento em si.

Com o avanço dos estudos, o uso do ácido carnósico como uma terapia potencial poderia revolucionar a forma como encaramos o tratamento de dependências. Se o extrato de alecrim realmente puder reduzir a resposta à cocaína, ele pode também abrir portas para terapias mais naturais e menos invasivas, ampliando as opções para aqueles que lutam contra o vício.

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