Estilo de vida
08/05/2024 às 18:00•2 min de leituraAtualizado em 08/05/2024 às 18:00
A maternidade é geralmente romantizada, sem que muitas vezes as pessoas se deem conta de que essa tarefa exige bastante da mulher. As cobranças muitas vezes são tantas que a maioria delas acaba passando pelo baby blues e a depressão pós-parto.
Para entender esse quadro, a psicóloga Katherine Sorroche explica o que são essas duas fases e o que pode ser feito para ajudar as mães.
O baby blues é caracterizado por uma instabilidade emocional que pode acontecer entre o segundo e quinto dia após o parto, e se estende até 30 dias.
"É uma situação que envolve essa tristeza súbita, uma irritabilidade, um cansaço, uma vontade de chorar sem motivo", ilustra a especialista, acrescentando que essa situação pode ser considerada até normal, desde que não ultrapasse os 30 dias. Após esse período, a atenção deve ser aumentada.
Os motivos que levam ao baby blues têm raízes diversas e amplas no contexto da gravidez, avalia a especialista. Ela ressalta inclusive que há casos em que a mulher já chega exausta no pós-parto.
"Ela já passou pelo estresse fisiológico da gestação, pela jornada de parto, sem contar a fase anterior à gestação. Esse período por si só já é muito desgastante física e psicologicamente, então essa mulher já chega ao pós-parto exausta", enumera Katherine.
Até aqui, os efeitos da contemporaneidade e o próprio desafio natural de se tornar mãe - ou de ser mãe de novo - apontam para uma situação que pode ser encarada como normal dentro do quadro de baby blues. Mas, como detectar as fronteiras de uma depressão pós-parto?
"Hoje em dia, a gente já fala até em depressão perinatal, porque ela pode começar já na gestação. Então, é um desajuste bioquímico que começa pequenininho e, se a gente não interfere, vai se prolongando e tomando proporção", alerta a psicóloga.
A imagem que se tem de uma mulher nessa situação, muitas vezes, é de alguém triste, na cama, sem conseguir se conectar com o bebê. E, sim, de fato isso acontece, segundo Katherine. Mas não se resume a isso.
"Isso começou em algum lugar, então quanto antes a gente intervir, melhor", recomenda ela, indicando a importância de avaliar os índices de vitaminas, hormônios e fazer toda a suplementação necessária no pós-parto.
Os medos vividos em todo o processo também servem de sinal de alerta. Apesar de inerentes a um processo tão profundo da natureza feminina, o excesso de medo deve ser observado.
A medida cabível aqui é garantir a possibilidade de falar sobre esses medos. "Quanto mais a gente fala sobre eles, mais é possível elaborá-los e entender o que eles querem dizer", orienta Katherine.