Estilo de vida
02/06/2024 às 10:00•2 min de leituraAtualizado em 02/06/2024 às 10:00
Cortar o cabelo é uma atividade cotidiana e normalizada na sociedade, mas um grupo de pessoas tenta ao máximo evitar a ida a um cabeleireiro, barbeiro ou salão de beleza. O motivo não tem nada a ver com a estética: trata-se de um medo genuíno e documentado.
O nome dessa aversão é tonsurafobia e envolve um comportamento ansioso, de irritação ou até desespero só ao pensar na ideia de sair de casa para cortar o cabelo. Em alguns casos, isso se manifesta apenas com a pessoa já sentada na cadeira do estabelecimento.
A palavra tonsura vem do latim e significa corte ou tosa de cabelo, ou barba. Esse é também o nome do penteado tradicional e ritualístico de monges de diversas ordens católicas, em que a coroa da cabeça do religioso é raspada.
O medo do corte de cabelo envolve uma série de pensamentos relacionados ao ato de ir ao cabeleireiro. Eles variam conforme o caso, mas compartilham em comum receios em relação ao resultado.
Quem sofre de tonsurafobia tem medo de que o corte fique ruim e vire motivo de piadas, de que o cabelo fique curto demais ou até que não volte a crescer na mesma proporção anterior. Há relatos também do medo dos instrumentos usados pelos profissionais da área, como lâminas e tesouras, e irritação por ter o cabelo tocado por um desconhecido.
Sites que reúnem fobias específicas e suas características apontam que esse medo faz com que a pessoa chore, trema ou grite pensando na ideia do corte.
Como resultado, quem sofre desse medo tende a deixar cabelo, barba ou pelos do corpo no geral crescerem o máximo possível.
Já são vários os medos pouco convencionais ou curiosos documentados pela ciência. Alguns dos mais famosos dessa lista incluem a coulrofobia, que é a aversão a palhaços, ou até a moderna nomofobia, que é o medo de ficar sem o telefone celular.
A tonsurafobia é outra característica que recebeu mais visibilidade na era digital. Em fóruns e redes sociais como o Reddit, são vários os relatos de pessoas que se identificam com esse medo e encontram outros casos parecidos.
Até por isso, conversar sobre o assunto por quem também sofre dessa fobia e já superou o medo pode ajudar no processo de cura. Tratar do tema em terapia também é altamente indicado para examinar a raiz do sentimento, que pode envolver um corte mal sucedido ou traumático na infância.
Além disso, ele pode ser apenas um derivado de outra condição, como ansiedade ou agorafobia, que é o pânico relacionado a situações desconhecidas, incomuns e de pressão.
Como a tonsurafobia costuma se originar mais frequentemente em crianças, tentar transformar o corte em algo divertido para os clientes mais jovens é uma tarefa para os responsáveis ou o cabeleireiro.
No caso de pessoas mais velhas, cortar o cabelo com alguém de confiança e em volumes pequenos a cada sessão ajuda a reduzir o medo de forma gradativa.