Artes/cultura
12/07/2021 às 12:00•2 min de leitura
Poucos sabem da trágica história do MV Wilhelm Gustloff, um navio cruzeiro alemão construído em 1936 nos estaleiros Blohm & Voss, em Hamburgo. Ele foi encomendado pela Kraft durch Freude (KDF), uma organização que promovia atividades culturais e recreativas, como concertos e festivais, para trabalhadores alemães de todas as classes.
O navio foi entregue à KDF em 15 de março de 1938, sob o comando do capitão Carl Lubbe, e tinha a capacidade para transportar 1.463 passageiros e 417 tripulantes, totalizando 1.880 pessoas em seus 208 metros de comprimento por 56 metros de altura.
(Fonte: Taringa!/Reprodução)
Equipado com 3 armas antiaéreas e 8 canhões, o Gustloff efetuou por volta de 50 viagens recreativas, transportando mais de 70 mil passageiros.
(Fonte: Pinterest/Reprodução)
Em janeiro de 1945, com o avanço da União Soviética na frente da linha oriental da Alemanha, a derrocada do Terceiro Reich era iminente. Rapidamente, o medo da violência perpetrada pelos soviéticos se espalhou entre a população alemã, forçando Adolf Hitler e Karl Donitz iniciarem a Operação Hannibal: uma evacuação em massa de civis, soldados e equipamentos da Prússia Oriental sitiada pelo Exército Vermelho.
As pessoas foram encaminhadas para a cidade portuária de Gotenhafen, onde o navio Gustloff as esperava para levá-las embora do perigo. A embarcação recebeu a bordo cerca de 9.600 refugiados, ao lado de mil tripulantes, saindo do porto em 30 de janeiro de 1945 sob o comando de Friederich Petersen e Wihelm Zahn.
Entretanto, os alemães não faziam ideia de que a Marinha soviética esperava que aquele tipo de fuga fosse acontecer, posicionando alguns cruzadores de batalha, incluindo o submarino S-13 de Alexander Marinesko, em rotas estratégicas do Mar Báltico.
(Fonte: Pinterest/Reprodução)
Marinesko não pensou duas vezes em ordenar que fossem preparados quatro torpedos e lançados em direção ao Gustloff quando o avistou naquela noite. No primeiro, eles escreveram “Para a Pátria”; no segundo, “Para Stalin”; no terceiro, “Para o povo soviético”; e no quarto, “Para Leningrado”. Apenas o segundo torpedo não atingiu seu alvo.
Às 21h, o Wilhelm Gustloff foi atacado bem na proa. Não demorou muito para que começasse o maior e mais mortal naufrágio da história, ofuscado pelo gigante RMS Titanic até hoje.
Entre as pessoas que não foram pisoteadas ou que caíram enquanto o navio virava nas águas, apenas 964 delas foram salvas antes que o Gustloff sumisse da superfície, às 22h18. Cerca de 9 mil pessoas morreram aquele dia, das quais 4 mil eram crianças e adolescentes.
Devido ao sentimento de repúdio aos alemães que prevalecia no mundo todo, ninguém lamentou as vidas que foram perdidas naquele dia.