Artes/cultura
17/08/2021 às 06:00•3 min de leitura
Neste dia, 17 de agosto, celebra-se o Dia Nacional do Pão de Queijo, uma data especial para comemorar a criação de um dos quitutes mais saborosos do país. A guloseima, que tem suas raízes culturalmente relacionadas ao solo mineiro, remonta a pouco mais de 200 anos e, desde então, vem recebendo inúmeras adaptações de preparo, trazendo versatilidade, praticidade e possibilidade de ser degustada a qualquer hora do dia.
No Brasil, o pão de queijo teve origem no estado de Minas Gerais, no século XVIII, quando cozinheiras de fazendas passaram a utilizar polvilho, oriundo da mandioca, para substituir uma farinha de trigo considerada de má qualidade, cara e imprópria para o consumo.
A receita foi adaptada como uma variação da chipa, massa criada pelas missões jesuíticas e pelos portugueses que tinha como base ingredientes de fácil acesso graças à expansão da pecuária, como ovos, leite e queijo curado.
(Fonte: Seu Ninico / Reprodução)
O lanche passou a ser classificado como "pão" pela sua semelhança, em cores e formato, com o pão feito de farinha de trigo que era consumido na época. Porém, trata-se basicamente de um biscoito de polvilho azedo ou doce que é assado com uma mistura de ovos, sal, óleo vegetal e queijo, podendo ser preparado rapidamente em qualquer tamanho ou quantidade, sem passar por qualquer processo de fermentação.
Além de ter "nascido" nas fazendas mineiras, o pão de queijo se popularizou rapidamente no dia a dia dos habitantes do estado, tornando-se uma paixão regional sempre pronta para ser servida, independentemente do horário ou dos insumos disponíveis. Dessa forma, os cozinheiros transformaram a receita em uma comida extremamente versátil, com ingredientes (água ou leite, banha, manteiga ou óleo, polvilho doce ou azedo, queijos meia cura, canastra ou tipo parmesão) e proporções variados.
(Fonte: Seu Ninico / Reprodução)
Apesar desse leque de possibilidades, o pão de queijo foi oficializado como um prato tipicamente rural, contendo sempre itens frescos e que façam jus ao árduo trabalho do campo. E assim, a receita se espalhou pelo Brasil a partir da década de 1950, deixando as terras do Sudeste para desbravar novos paladares.
Em 2019, o pão de queijo, que já estava classificado como um dos pratos do "mercado da saudade" (termo utilizado para caracterizar a distribuição de produtos para pessoas do mesmo país que vivem no estrangeiro), foi confirmado como item de exportação. Segundo dados do Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (MDIC), a receita somou R$ 95 bilhões em 2019, com um crescimento de 2,65% em relação a 2018.
Esses índices resultaram em um interesse global pela iguaria, com mais de 50 países, entre Estados Unidos, Japão, nações europeias e da América Latina, recebendo regularmente ingredientes e o produto congelado, além de terem acesso a receitas que acabam sofrendo adaptações culturais.
Atualmente, o pão de queijo faz parte do dia a dia do brasileiro, e inúmeras marcas de congelados trabalham para levar seus produtos únicos e de qualidade para os supermercados. O segmento também incentivou a integração de autônomos, que assam suas próprias massas e vendem em banquinhas, quiosques ou a pedido dos clientes, via entrega.
Para fazer o verdadeiro pão de queijo, separe 1 kg de polvilho azedo; meio copo de água; de 4 a 6 ovos caipiras; 1 copo de leite; 1,25 copo de óleo; sal a gosto; e 400 g de queijo canastra curado. Em seguida, utilize uma panela para escaldar o óleo, a água e o leite, lembrando de colocar apenas um pouco de sal na mistura. Leve ao fogo para levantar fervura.
Após banhar o polvilho com o líquido quente e transformá-lo em uma goma, deixe-o descansar até entrar em temperatura morna para poder adicionar o queijo e os ovos. Por fim, enrole a massa em bolinhos do tamanho de sua preferência e leve a receita para uma frigideira ou uma forma, que deve ser colocada em um forno preaquecido para dourar por 40 minutos.