Woodstock 99: o que aconteceu no pior festival de música do século?

12/09/2022 às 10:183 min de leitura

A série documental Desastre Total: Woodstock 99, da Netflix, conta a história apavorante do desastroso festival de música realizado em 1999, em celebração aos 30 anos do famoso Festival de Woodstock. Foi um caso clássico de evento em que tudo que poderia dar de errado, aconteceu.

A crítica especializada retratou o festival como um "absoluto show de horror". A tentativa de replicar os quatro dias de "paz e amor" do festival de 1969 saiu pela culatra e o que se viu foi apenas caos e violência. Contamos a história aqui.

Prenúncios de um desastre

(Fonte: Netflix)(Fonte: Netflix)

O evento Woodstock 99 aconteceu entre os dias 22 e 25 de junho de 1999 na cidade de Rome, em Nova York. Ele dava sequência ao Woodstock 94, que comemorava 25 anos do grande evento musical, e que tinha tido sucesso.

O Woodstock de 1999 reuniu cerca de 400 mil pessoas que enfrentaram temperaturas de quase 40 graus, em um local próximo a uma base aérea, que enfrentava um sério problema de falta d'água. Para completar, a programação musical trazia bandas de rock pesado, o que prometia esquentar os ânimos da plateia - e, de fato, foi o que aconteceu. Dentre as atrações programadas, estavam bandas e artistas como DMX, Limp Bizkit, Korn, Red Hot Chili Peppers, Alanis Morissette, Kid Rock, Metallica e Creed.

Para começar, o espaço em que o festival foi realizado foi muito mal planejado. Havia poucos lugares de sombra e uma escassez de água. Como não havia árvores ou vegetação, as pessoas tiveram que montar suas barracas na pista de asfalto. Não havia também instalações para todos, e logo os banheiros e os chuveiros começaram a quebrar.

A escassez de recursos

(Fonte: Buzzfeed)(Fonte: Buzzfeed)

Nada no evento parecia ter sido bem planejado. A água engarrafada era vendida por US$ 4, valor considerado bastante alto. Havia algumas torneiras gratuitas que ficavam a cerca de 800 metros dos palcos — ou seja, os presentes precisavam fazer um grande deslocamento na tentativa de saciar sua sede. 

Logo estas torneiras começaram a quebrar e os dejetos humanos nos banheiros químicos passaram a transbordar, tornando o ambiente cada vez mais insuportável. Houve os que chafurdaram nesta lama repleta de fezes — provavelmente, no intuito de relembrar o Woodstock original. Muitos dos presentes começaram a desidratar e a ter dores de estômago.

Para completar, por conta da violação de leis de segurança, cerca de 100 funcionários haviam se demitido durante o festival, o que ajudou a tornar o evento mais inseguro. A diminuição do staff fez também que as pessoas não fossem revistadas quanto a drogas, que entravam livremente no local.

Por outro lado, comidas e bebidas eram confiscadas, para que os presentes pudessem consumir apenas o que comprassem dentro do festival. Mas, além de ser caro, não havia alimentação e bebida para todo mundo.

Violência e agressões sexuais

(Fonte: NIT)(Fonte: NIT)

Quem esteve presente no Woodstock 99 relatou ser um ambiente extremamente ameaçador para as mulheres. Artistas femininas, como Sheryl Crow, Jewel e Alanis Morissette, eram ofendidas enquanto se apresentavam.

Mas haviam casos muito mais graves: ocorreram denúncias de pelo menos quatro estupros individuais e dois estupros coletivos cometidos durante os shows, no meio do mosh pit. Um policial foi suspenso depois de solicitar para mulheres que tirassem fotos nuas ao lado de policiais.

Ao longo dos dias de festival, a violência só aumentava. Fred Durst, vocalista da banda Limp Bizkit, foi acusado de suscitar agressões durante o seu show - em especial quando tocou a música Break Things. Após o estímulo do músico, alguns dos presentes na plateia passaram a quebrar as placas de madeira nas paredes do local. O resultado foram muitos braços, pernas, dentes, narizes e clavículas fraturadas durante as apresentações.

A cereja do bolo: incêndio

(Fonte: Infobae)(Fonte: Infobae)

E o que poderia faltar para que Woodstock 99 fosse um desastre total? Acertou quem disse incêndio. E isso aconteceu durante o show dos Red Hot Chilli Peppers. Durante a música Under The Bridge, foram distribuídas 100 mil velas para encenar uma espécie de vigília na plateia. Com o detalhe: sem o conhecimento do corpo dos bombeiros.

A consequência foi que as velas deram origem a fogueiras entre as pessoas, ocasionando um incêndio que chegou a causar a destruição de uma torre de áudio. Algumas pessoas, desesperadas, quebraram o espaço tentando sair do local.

O clima de selvageria foi aumentando a cada instante. Caixas eletrônicos foram arrombados e algumas barracas de comércio foram saqueadas. Um dos presentes na plateia, um homem chamado David DeRosia, desmaiou durante a apresentação do Metallica e depois morreu — aparentemente por hipertermia causada pela insolação. Sua mãe processou os promotores do festival por negligência.

O resultado do festival foi tão negativo que nunca mais se cogitou ressuscitar Woodstock. Segundo escreveram alguns jornalistas musicais na época, o Woodstock 99 ficaria para sempre lembrado como "o dia em que a música morreu".

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