Estilo de vida
07/02/2018 às 08:00•2 min de leitura
Você já ouviu falar a respeito de uma tecnologia chamada “LiDAR”? Ela consiste em um método não invasivo no qual milhões de pulsos de laser são emitidos a partir de aviões sobre determinados terrenos. Os pulsos são, então, “rebatidos” de volta à aeronave pelas superfícies das áreas examinadas — e os comprimentos de onda são lidos, interpretados e permitem a criação de mapas topográficos detalhados que, por sua vez, podem revelar a presença de estruturas que se encontram ocultas, por exemplo, sob a vegetação densa de florestas.
(National Geographic/Wild Blue Media)
E foi o uso dessa tecnologia que revelou a existência de milhares de estruturas maias que se encontravam ocultas há séculos nas florestas da Guatemala. Segundo o pessoal da BBC, há alguns dias foi anunciada a descoberta de mais de 60 mil construções, entre fortificações, edifícios, residências, estradas etc., na região de Petén, depois que um time de cientistas usou o LiDAR para fazer levantamentos em uma área densamente vegetada com aproximadamente 2,1 mil quilômetros quadrados.
A identificação das estruturas está sendo encarada pelos cientistas como o maior avanço na arqueologia maia dos últimos 150 anos — e jogou por terra a ideia de que as cidades e aldeias maias eram, em sua maioria, isoladas umas das outras e autossuficientes. O mapeamento revelou que, ao contrário do que se pensava, os assentamentos aparentemente se encontravam interconectados, em alguns casos, por meio de complexas redes de estradas que ligavam uma localidade a outra, possivelmente para facilitar o comércio entre diferentes regiões.
(National Geographic/Wild Blue Media)
De acordo com Brigit Katz, do site Smithsonian.com, os levantamentos sugerem ainda que a civilização maia era tão avançada e sofisticada quanto as culturas que floresceram na Grécia e na China na Antiguidade. Além disso, essas descobertas todas apontam que os pesquisadores podem ter errado em suas estimativas sobre o real tamanho da população maia e que, na verdade, ela pode ter sido entre três e quatro vezes superior ao que se pensava.
(National Geographic/Wild Blue Media)
Os cientistas envolvidos na identificação das estruturas explicaram que o levantamento traz à tona três mil anos de ocupação maia na América Central e serão necessários anos de estudos e pesquisas para que todas as descobertas sejam devidamente interpretadas e catalogadas. Mas, de momento, entre as construções o time encontrou características defensivas impressionantes, como sistemas de muralhas, fortificações e fossos.
(BBC/Wild Blue Media)
A equipe também identificou uma pirâmide com sete pavimentos que se encontrada completamente tomada pela vegetação e, portanto, permaneceu “invisível” no meio da floresta durante séculos. Os arqueólogos também descobriram entre as estradas que ligavam uma localidade a outra vias elevadas que podiam ser usadas mesmo durante os períodos mais chuvosos.
Segundo se acreditava, a civilização maia atingiu seu apogeu há cerca de 1,5 mil anos e contava com uma população estimada em 5 milhões de pessoas. Além disso, os cientistas pensavam que essa cultura se distribuía em um território cuja área seria equivalente ao dobro do tamanho que a Inglaterra tinha durante a Idade Média.
(National Geographic/Wild Blue Media)
Entretanto, a identificação dessas mais de 60 mil construções sugere que a civilização maia era composta por uma população de 10 a 15 milhões de pessoas e era muito mais complexa, avançada tecnologicamente e surpreendente do que se pensava. O legal é que o time responsável pela descoberta dessas estruturas pretende mapear outros 13 mil quilômetros quadrados de floresta — o que significa que pode haver muito mais coisa “escondida” sob a mata para ser encontrada!