Ciência
16/05/2018 às 08:31•3 min de leitura
Os seres humanos inventaram jogos e esportes ao longo dos séculos que viraram parte da cultura de diversas nações. O que pouca gente imaginava é que, muito tempo depois, até mesmo os grandes campeões seriam superados por máquinas.
A seguir, os nossos colegas do Tecmundo — "irmão mais velho" do Mega Curioso — selecionaram vitórias de robôs, computadores previamente programados ou inteligências artificiais avançadas contra a raça humana, o que, para muitos pessimistas e apocalípticos, é só o começo da revolução das máquinas. Confira:
A disputa entre o computador Deep Blue, da IBM, e o enxadrista russo Garry Kasparov é um marco histórico. Foi a primeira vez em que ficou claro que a computadores poderiam superar até mesmo a mente de um humano campeão em uma modalidade. Na verdade, Kasparov venceu a primeira melhor de cinco, em 1996. Mas ele foi derrotado na segunda dipsuta, um ano depois, por uma versão já atualizada do Deep Blue.
O russo acusou a IBM de trapacear e usar interferência humana em lances considerados criativos e espontâneos, mas a empresa negou as acusações e aposentou o Deep Blue antes de uma terceira rodada de partidas. O Deep Blue não usava inteligência artificial, mas sim um método de cálculo via força bruta que analisa as possibilidades, prevê as respostas do oponente e só então sugere o melhor movimento.
Mas a derrota mais sentida veio em 2016. O programa AlphaGo, que foi desenvolvido pela filial da Google chamada DeepMind, derrotou o campeão mundial do jogo Go, o sul-coreano Lee Sedol. Foram quatro vitórias em cinco partidas, um marco que feriu até o orgulho da população local.
O desafio aqui era muito maior. Sedol era considerado imbatível e o Go é extremamente complexo, exigindo não só cálculos e probabilidade. Ao contrário do DeepBlue, o AlphaGo é uma inteligência artificial completa, com aprendizado próprio e muito treino contra máquinas, outros jogadores profissionais e até contra si mesmo.
A IBM voltou a desafiar a humanidade com o Watson, que também venceu os próprios criadores. Em 2011,o supercomputador derrotou Ken Jennins e Brad Rutter, dois dos maiores competidores da história do Jeopardy. Esse é aquele gameshow que passa na tv dos estados unidos desde a década de 60 e envolve conhecimentos gerais numa fórmula original: o participante precisa formular a pergunta que bata com a resposta fornecida.
O Watson venceu a competição nas duas edições realizadas e a IBM doou a premiação de 1 milhão de dólares pra caridade. A vitória foi importante não só pra mostrar uma máquina vencendo dois humanos bem diferentes e ao mesmo tempo. Ela também consolidou o Watson, que ainda era um pouco desconhecido do grande público, como uma plataforma que hoje já é muito bem usada em saúde, educação e muitas outras áreas.
Robôs sabem fazem poker face? A inteligência artificial Libratus, programada por pesquisadores da Carnegie Mellon University, provou que sim. Em 2017, ela venceu um torneio de Texas Hold’em contra uma série de competidores humanos com direito a transmissões no Twitch.
O trunfo do Libratus não era só o cálculo, mas o processamento de cada partida pra aprender com os erros e não vacilar novamente. A vitória no pôquer é ainda mais incrível pois não envolve a visualização de um tabuleiro inteiro, mas sim poucas cartas e a possibilidade de lidar com blefes do adversário. Dong Kim, um dos derrotados, falou que era como jogar contra alguém que sabia quais cartas você tinha na mão, de tão impossível que era vencer a máquina.
Em 2018, inteligências artificiais venceram humanos duas vezes em leitura. A primeira foi em testes de interpretação de texto, com um sistema que mistura algoritmos e bancos de dados. Alibaba, Google e Microsoft bateram humanos na pontuação máxima do Stanford Question Answering Dataset, criado pela universidade norte-americana. Ele reúne perguntas sobre verbetes da Wikipédia e serve mais para treinar essas IAs a "lerem" e "escreverem" respostas.
A segunda vitória no setor foi da inteligente artificial LawGeex, que venceu 20 advogados em um teste de revisão de contratos. A máquina conseguiu 94% de precisão fazendo tudo em 26 segundos contra 85% dos humanos em uma tarefa que levou 92 minutos.
5 vitórias da inteligência artificial contra humanos [vídeo] via TecMundo