Estilo de vida
03/07/2018 às 09:30•2 min de leitura
Nós do Mega Curioso já falamos por aqui a respeito da formação do Sistema Solar e seus planetas, incluindo o nosso (esférico!). Você pode conferir a matéria completa através deste link, mas, basicamente, segundo as teorias mais aceitas — afinal, ninguém estava aqui para ver como a coisa se desenrolou —, o nosso “cantinho” na galáxia se formou há bilhões de anos a partir de uma nuvem de gás e poeira cósmica cujas partículas foram se aglomerando gradualmente e se tornando mais densas.
Ilustração mostrando um disco protoplanetário (Sci News)
Então, essas regiões maior densidade foram entrando em colapso sob a própria gravidade e, pouco a pouco, atraindo mais e mais material — até que tudo foi se compactando e dando origem ao Sol. Daí, as reações nucleares que ocorriam na “recém-nascida” estrela resultaram no surgimento de um espaço vazio ao seu redor e à formação do que os cientistas chamam de disco protoplanetário. E foi a ação gravitacional do nosso Astro-Rei que levou à colisão e condensação do material presente nesse disco e, com o tempo, à origem dos planetas.
Pois, agora, pela primeira na história, um time de cientistas conseguiu registrar uma imagem que mostra esse processo de formação — que é essa que você pode ver a seguir — e a novidade é uma baita de um feito. De acordo com Maria Temming, do site Science News, o registro foi divulgado por um time de astrônomos do Instituto Max Planck, na Alemanha, e se trata de um exoplaneta que orbita ao redor de sua estrela, batizada de PDS 70, uma anã laranja que fica a 370 anos-luz de distância da Terra. Veja a imagem:
Olha ele ali! (Science News/A. Müller et al/ESO)
Na verdade, os astrônomos já haviam detectado diversos discos protoplanetários anteriormente, e até capturado indícios da presença de planetas nesses locais, mas nunca tinham conseguido registrar a imagem de um deles. No caso da PDS 70, fazia algum tempo que os cientistas andavam de olho nessa estrela, justamente por suspeitar que podia estar rolando algum “nascimento” de planeta por lá.
No entanto, não é nada fácil registrar esse momento, uma vez que, além da imensa distância, a luz emitida pela estrela pode atrapalhar bastante a observação. Os pesquisadores conduziram os estudos através do SPHERE, um instrumento do Very Large Telescope (VLT), situado no Chile, que é usado para caçar exoplanetas, e, para “enxergar” o recém-nascido, os cientistas bloquearam parte da luz emitida por ela através de um equipamento chamado coronógrafo.
Depois de coletar os dados necessários e filtrar a luz emitida pela PDS 70, os astrônomos conseguiram identificar o planeta— que, por sinal, se encontra a cerca de 3 bilhões de quilômetros de distância de sua estrela.
O mundo foi batizado de PDS 70b e as análises realizadas até agora apontaram que ele é um gigante gasoso com massa entre 2 e 17 vezes a de Júpiter, o maior planeta do Sistema Solar. Além disso, é possível que ele conte com uma cobertura de nuvens e que a temperatura de sua superfície varie entre 730 e mais de 1,3 mil graus Celsius. Outra coisa que os astrônomos estabeleceram é que sua estrela é bastante jovem, rondando os 5,4 milhões de anos, e que o planeta ainda não completou sua formação. Fascinante, você não concorda?
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