Descobriram em Alexandria um sarcófago negro intacto há 2 mil anos

09/07/2018 às 14:192 min de leitura

Parece que cada vez que cavoucam com um pouco mais de afinco no Egito algum artefato do passado vem à tona, né? Pois depois de contarmos por aqui sobre a descoberta de casas de 4,5 mil anos vizinhas à Necrópole de Gizé — que serviam para abrigar a galera que administrava a produção e distribuição de alimentos para o exército da região —, eis que também encontraram esses dias em Alexandria um sarcófago feito de granito negro e que parece não ter sido aberto nos últimos 2 mil anos!

Intocado

De acordo com Jason Daley, do site Smithsonian.com, o caixão de pedra foi encontrado em Sidi Gaber, em Alexandria, e parece ter passado batido pelos radares dos saqueadores de tumbas durante esse tempo todo, o que é algo bastante raro. O artefato foi descoberto por um time de arqueólogos durante uma escavação de rotina — realizada antes da construção de uma nova rua.

Sarcófago de granitoOlha o caixão ali! (Smithsonian.com/Ministério de Antiguidades do Egito)

A tumba contendo o sarcófago foi achada a pouco menos de 5 metros de profundidade, mede 2,6 metros de comprimento por 1,5 metro de lagura, e ainda apresentava a camada de argamassa aplicada para lacrá-la. Esse detalhe, aliás, foi o que levou os arqueólogos a deduzir que o local se manteve intocado por dois milênios.

No interior, além do “caixão” de pedra, os pesquisadores encontraram o busto de um homem esculpido em alabastro — que eles suspeitam ser uma representação do antigo ocupante da sepultura — e evidências de que a tumba seja da Era Ptolomaica, isto é, da dinastia real de origem grega que governou o Egito de 305 a 30 a.C.

Antiga metrópole de AlexandriaAntiga metrópole de Alexandria (Erenow/Ancient History & Civilisation)

Com relação ao cadáver no interior do sarcófago, ele estava lá, guardadinho, mas os cientistas levarão algum tempo para analisar o corpo e divulgar informações sobre sua possível identidade. No entanto, uma coisa interessante apontada por Jason é que, por muito tempo — e até recentemente, inclusive —, muitos arqueólogos chegaram a pensar que a cidade de Alexandria não passava de uma lenda.

Desenterrando o passado

Segundo Jason, durante décadas os pesquisadores ignoraram a mítica cidade fundada por Alexandre, o Grande — e governada por seu conselheiro, Ptolomeu —, uma vez que não havia ruinas evidentes à mostra. Afinal, ume enorme metrópole acabou surgindo sobre os escombros da antiga e hoje consiste na segunda cidade mais populosa do Egito, com perto de 5 milhões de habitantes.

Biblioteca de AlexandriaEvidências do passado (Ancient Origins)

Contudo, a descoberta da antiga Universidade de Alexandria — local no qual o antigo matemático grego Arquimedes estudou — em 2005, assim como muitas outras maravilhas do passado durante cuidadosas escavações e levantamentos, acabou por comprovar que Alexandria existiu de verdade. E parece que ainda há muito mais por ser encontrado e explorado por lá!

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