Artes/cultura
12/07/2018 às 12:22•2 min de leitura
Você, assim como a maioria das pessoas, tem dificuldade de decifrar o que os raios X mostram? Afinal, além dos ossos — e de coisas bizarras que eventualmente foram introduzidas no corpo —, as imagens mostram apenas uma porção de manchas cinzentas que apenas quem teve os olhos treinados consegue identificar!
Como é que essa chave foi parar aí? (All That Is Interesting)
No entanto, inventaram uma engenhoca que, se não ajudar o povão a reconhecer mais estruturas e tecidos do corpo humano, pelo menos vai tornar os exames de raios x muito mais interessantes — e sinistros! Isso porque, de acordo com Michael Irving, do site New Atlas, essa nova máquina é capaz de capturar imagens tridimensionais e coloridas do corpo humano por meio de um dispositivo desenvolvido pelo pessoal do CERN para, originalmente, ser usado no Grande Colisor de Partículas.
Conforme nós aqui do Mega Curioso explicamos em uma matéria anterior — que você pode conferir na íntegra através deste link — os aparelhos de raios X funcionam mais ou menos como máquinas fotográficas, só que, em vez de utilizar a luz para expor o filme, eles empregam os... raios X, que nada mais são do que um tipo de radiação eletromagnética!
Eita! (New Atlas/Mars Bioimaging)
No entanto, apesar de essa radiação se apresentar na forma de ondas magnéticas — como a luz —, ela é mais energética e, portanto, é capaz de penetrar vários materiais com intensidade variável. Assim, como os músculos, a gordura, os ossos e outros órgãos absorvem os raios X em níveis distintos, os exames permitem observar e distinguir as diferentes estruturas e tecidos que existem no nosso corpo.
(New Atlas/Mars Bioimaging)
Só que, embora os aparelhos de raios X sejam uma ferramenta de enorme importância para médicos e especialistas, as imagens não especialmente detalhadas — e é aqui que entra o modelo atualizado que captura registros tridimensionais e coloridos. Segundo Michael, a nova máquina foi criada por uma companhia neozelandesa chamada Mars Bioimaging, e vem equipada com um sensor desenvolvido no CERN.
Esse dispositivo foi criado para rastrear partículas no interior do grande colisor e, no novo equipamento de raios X, o que ele faz é detectar e contar todas as partículas que atingem cada um dos pixels presentes no sensor do aparelho. Assim, primeiro, a engenhoca — batizada de “Spectral CT” — mede o comportamento de comprimentos de onda específicos dos raios X conforme eles passam através de diferentes materiais.
(New Atlas/Mars Bioimaging)
Depois, os dados coletados são submetidos a algoritmos desenvolvidos pelo time da Mars Bioimaging e, então, com base nas informações espectrográficas obtidas durante o exame, a máquina gera uma imagem tridimensional.
(New Atlas/Mars Bioimaging)
Nesse resultado é possível ver claramente músculos, gordura, água, ossos e até identificar o surgimento de doenças como distúrbios vasculares, problemas nas articulações e determinados tipos de câncer, por exemplo, permitindo que médicos e especialistas façam diagnósticos mais precisos e definam tratamentos mais eficazes. Já para os pacientes que não entendem muito bem o que os exames mostram, as imagens são praticamente uma foto do interior do corpo.
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