Artes/cultura
17/07/2018 às 12:33•2 min de leitura
Faz apenas alguns dias que noticiamos por aqui a descoberta de um misterioso sarcófago negro em Alexandria e a de casas que provavelmente abrigavam oficiais responsáveis por alimentar um exército perto das Pirâmides de Gizé. E não é que encontraram mais um sítio muito, muito interessante no Egito? Desta vez foi uma porção inteira de uma antiga necrópole da qual os arqueólogos não sabiam da existência e, nela, eles acharam nada menos do que o local onde os antigos sacerdotes egípcios mumificavam os corpos antes do sepultamento.
De acordo com Michelle Starr, do site Science Alert, o complexo recém-descoberto se encontra na necrópole de Saqqara e, para a sorte do time que encontrou o sítio, não parece ter sido alvo dos caçadores de tumbas. No local, os pesquisadores identificaram várias câmaras funerárias e encontraram três caixões de madeira, um sarcófago de calcário, uma múmia adornada com uma máscara folheada de prata e outros tantos artefatos.
Máscara encontrada em uma das câmaras mortuárias (Science Alert/Ramadan B. Hussein/Universidade de Tübingen)
A máscara, aliás, além de ser coberta com prata, possui olhos feitos de calcita, obsidiana — um vidro negro de origem vulcânica — e uma pedra escura que os arqueólogos acreditam ser ônix, e é a primeira vez desde 1939 que um exemplar desse tipo é descoberto.
Com relação ao “dono” da peça, os pesquisadores concluíram que ele morreu durante a 26ª Dinastia — compreendida entre os anos de 664 e 404 a.C. —, mas, infelizmente, o fragmento de gesso que continha seu nome estava fragmentado, então, não foi possível descobrir como ele se chamava. No entanto, os arqueólogos estabeleceram que o sujeito foi um “segundo sacerdote” da deusa Mut, esposa de Amon, e “sacerdote titular” da divindade Niut-shaes, uma representação de Mut em forma de serpente.
No entanto, o mais extraordinário mesmo foi a descoberta do local que era usado pelos sacerdotes para mumificar os corpos antes de eles serem sepultados. O complexo escavado consiste em uma rede de câmaras funerárias e, sobre uma delas, eles identificaram um espaço construído com tijolos de barro e blocos de calcário — que era o local empregado para a preparação dos cadáveres.
Essa foi uma das câmaras mortuárias (Science Alert/Ministério de Antiguidades do Egito)
No interior desse local, os arqueólogos encontraram duas grandes pias com uma rampa entre elas que provavelmente eram usadas para secar os corpos — através do uso de um mineral chamado natrão com propriedades preservantes — e para preparar as bandagens de linho que seriam empregadas para envolver os cadáveres depois.
Ademais, os arqueólogos encontraram diversos recipientes de medida, potes e vasilhames nesse espaço — e o mais incrível é que eles trazem inscrições com os nomes dos óleos e ingredientes que os sacerdotes usavam para embalsamar os corpos. Basicamente, os pesquisadores se depararam com uma espécie de “workshop” e todas as receitas de como replicar os trabalhos conduzidos ali.
Vasos canópicos encontrados dentro das câmaras (Science Alert/Ministério de Antiguidades do Egito)
Segundo contaram, como esses artefatos todos foram encontrados devidamente etiquetados, eles poderão identificar a composição química dos ingredientes e descobrir o que era usado nas mumificações! Os arqueólogos ainda acharam vasos canópicos de alabastro — que tinham como função armazenar os órgãos que eram removidos dos mortos — e várias estatuetas funerárias de cerâmica.
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