Estilo de vida
19/07/2018 às 13:39•4 min de leitura
Há alguns dias, nós do Mega Curioso compartilhamos por aqui uma notícia sobre a descoberta de um sarcófago misterioso em Alexandria, no Egito. Conforme contamos, o artefato — feito em granito negro — foi encontrado por um time de arqueólogos que foi fazer um levantamento prévio antes de uma construção, e os pesquisadores constataram que o caixão não tinha sido aberto em pelo menos 2 mil anos.
Junto com o artefato os arqueólogos também encontraram um busto de alabastro que eles presumiram ser uma réplica do rosto defunto, mas, o fato é que, na ocasião, só foram divulgadas imagens do sarcófago (ainda lacrado) na tumba. Você pode conferir a matéria completa através deste link — e é claro que rolou especulação sobre quem poderia ser o ocupante do caixão. Inclusive teve quem aventasse a ideia de que o sujeito bem que poderia ser Alexandre, o Grande, cujo cadáver jamais foi encontrado.
Enfim! E por que não abriram o bendito (ou maldito!) caixão logo de cara? Porque, nas palavras dos próprios arqueólogos envolvidos na descoberta, abrir o sarcófago pela primeira vez após 2 mil anos pode ser arriscado — por causa de uma possível maldição? — e, uma vez aberto, a equipe de especialistas em restauração e mumificação deveria entrar em ação para garantir que tudo fosse preservado.
Lembra do misterioso "Sarcófago Negro de Alexandria"? (The Guardian/AFP/Getty Images)
Além disso, conforme foi divulgado recentemente, o artefato pesa mais de 30 toneladas — sendo que só a tampa de granito pesa 15! — e os arqueólogos precisaram da ajuda de um time de engenheiros e equipamentos pesados para removê-lo inteiro da tumba.
Em um primeiro momento, os pesquisadores chegaram a suspeitar que o ocupante pudesse ser um alto dignitário do período — evidências apontaram que o artefato é da Era Ptolomaica, a dinastia real de origem grega que governou o Egito de 305 a 30 a.C. —, uma vez que o busto de alabastro indicava que podia se tratar de um antigo nobre de Alexandria.
Esse é o tal busto de alabastro (The Guardian/AFP/Getty Images)
No entanto, a abertura do sarcófago foi confirmada hoje (19) e, em vez de encontrar uma múmia viscosa e amaldiçoada pronta para saltar lá de dentro um único cadáver, os arqueólogos se depararam com líquido de esgoto que acabou penetrando no caixão de pedra, assim como com três esqueletos. Exames preliminares apontaram que um dos indivíduos parece ter morrido em consequência de uma flechada, o que sugere que pode se tratar de um trio de soldados.
A coisa toda é muito interessante e tal, mas tem uma galera pirando com esse assunto — e prevendo que a abertura do caixão misterioso faria com que um cenário sinistro, semelhante ao que vimos nos filmes da série “A Múmia”, se instalasse na face da Terra. Aliás, não faltou gente compartilhando seus medos pelas redes sociais e falando aos quatro ventos que abrir esse troço era uma péssima ideia.
Olha ele ali! (Live Science/Ministério de Antiguidades do Egito)
Por quê? Bem, estamos falando de alguém que deve ter investido uma grana nesse caixão de pedra — maciça e negra como a escuridão — cuja tampa sozinha pesa 15 toneladas. E seja lá quem forem os ocupantes, eles foram enterrados a uma profundidade de pelo menos 5 metros. Parece para você que a ideia era que eles fossem desenterrados e tirados de seu sono eterno?
"Desenterro" (Live Science/Ministério de Antiguidades do Egito)
Inclusive teve quem sugeriu que o sarcófago poderia muito bem guardar algum antigo feiticeiro (ou feiticeira) imortal só esperando que algum arqueólogo boboca abrisse a mortalha para tocar o terror! Bem, como já sabemos, esses temores acabaram não se confirmando (ainda), e a seguir você pode conferir alguns dos tweets que estavam circulando por aí:
Isn’t there a film series on why this is probably a bad idea? https://t.co/HaEgRJZ8fU
— Michael Ohiku (@MichaelOhiku) 17 de julho de 2018
Tradução livre: “Não existe uma série de filmes sobre a razão de isso ser uma má ideia?”
Calm down everyone! We all need to think about this reasonably.
— Nyssa????? (@AshfieldNyssa) 11 de julho de 2018
It is more than likely Nyarlathotep, the crawlining chaos. Here to usher in a new era of madness and horror.
Tradução livre: “Calma, galera! A gente precisa pensar sobre isso de forma razoável! É mais do que provável que seja Nyarlathotep, o caos rastejante. Chegando para instaurar uma nova era de loucura e horror.”
DON'T.
— BryanEdwardHill (@bryanedwardhill) 11 de julho de 2018
DON'T DO IT. https://t.co/jOLE4GmJaf
Tradução livre: “Não! Não façam isso!”
(•_•)
— Delaney Strunk (@delaknee) 17 de julho de 2018
<) )?We're
/ \
\(•_•)
( (> Gonna
/ \
(•_•)
<) )> Dieeeee
/ \ https://t.co/XIKT7vC0Lk
Tradução livre: “Nós Vamos Morreeeeer”
I know how this one goes... https://t.co/KAEQcUWUmd
— Neil Gaiman (@neilhimself) 11 de julho de 2018
Tradução livre: “Eu sei como essa história termina...”
The start of every horror and dark fantasy movie about Egypt since the beginning of cinema history...yep. This should go well.
— Jon_Davis (@JDAvatar) 11 de julho de 2018
Tradução livre: “O começo de todos os filmes de terror e fantasia sombria sobre o Egito desde o início da história do cinema... sim. Não tem como dar errado.”
Os arqueólogos também esperavam encontrar inscrições e artefatos no interior do sarcófago que ajudassem a determinar a identidade e posição social dos ocupantes. Mas, ainda não foram divulgadas informações sobre o conteúdo do caixão, portanto, teremos que aguardar até que se descubram mais coisas sobre o misterioso sepultamento.
Achou que a gente não ia compartilhar a foto dos esqueletos, né? (Live Science/Ministério de Antiguidades do Egito)
Uma teoria que surgiu, entretanto é que, em se tratando de um sarcófago da Era Ptolomaica, vale lembrar que, após o suicídio de Cleópatra e a dominação romana que rolou depois, o Egito mergulhou em um período de guerras e conflitos — assim que os três esqueletos encontrados no interior do caixão poderiam ser de soldados mortos em uma dessas batalhas.
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