Ciência
30/07/2018 às 09:00•2 min de leitura
Em 1875, em Gloucester, Massachusetts (EUA), nasceu Roger Babson. O que ele tinha de especial? Além de ser multimilionário e um economista muito talentoso, era obcecado pela gravidade.
Tudo começou quando Babson perdeu uma irmã em um acidente por afogamento. Esse episódio levou o rapaz a acreditar que, se a gravidade pudesse ser combatida de alguma forma, milhões de acidentes seriam evitados todos os anos. Ele chegou a escrever um artigo sobre isso, intitulado "Gravidade: nosso inimigo número um", no qual discutia, além das mortes, os acidentes causados por essa força da natureza.
"Costelas quebradas e outros ossos também quebrados, assim como numerosos problemas circulatórios e intestinais estão diretamente ligados à inabilidade das pessoas de contrapor a gravidade em um momento crítico."
Essa preocupação com a gravidade nunca abandonou o homem, mas foi quando o neto dele faleceu — coincidência ou não, também por afogamento, em 1946 — que ele resolveu tomar uma atitude e tentar criar algo que pudesse ajudar a evitar tantos acidentes.
Apesar de ser um fã de Isaac Newton e de sua teoria da gravidade, fazer ciência não era seu forte, e ele decidiu usar todo o dinheiro que havia conseguido ao longo da vida para financiar quem realmente levava jeito para isso.
E foi assim que, além de economista milionário e autor de mais de 40 livros sobre o universo econômico, Roger Babson se tornou o criador e mantenedor da Fundação de Pesquisa em Gravidade, uma entidade voltada a financiar pesquisas que pudessem compreendê-la.
Inicialmente, ele deixou bem claro nos editais que o foco eram estudos que ajudassem a combater a gravidade, mas, graças a um dos seus associados, George Rideout, ele concordou em ampliar um pouco mais o espectro da pesquisa. Dessa forma, todos os anos milhares de mentes brilhantes se inscreviam para a competição. E não foram poucos os gênios que passaram pelo concurso: Roger Penrose, George Smoot e até Stephen Hawking se inscreveram — e venceram!
Diversas pesquisas financiadas pelo instituto acabaram contribuindo para os avanços da discussão em antigravidade. Mas um dos motivos pelos quais a fundação de Babson ficou famosa foi a tradição que ajudou a criar na Universidade Tufts, em Medford, Massachussets.
Na década de 60, a Fundação de Pesquisa em Gravidade doou 13 monumentos a universidades com as quais contribuiu financeiramente. No caso de Tufts, foi uma das poucas que usaram os fundos para a pesquisa, de fato, e não para expandir sua estrutura física ou realizar outros tipos de obras.
O dinheiro investido por Babson foi tão importante para a universidade que se criou por lá uma curiosa tradição de formatura: cada vez que um aluno de doutorado conclui seus estudos no Instituto de Cosmologia da instituição, o orientador solta uma maçã sobre a cabeça dele, em uma curiosa homenagem a Isaac Newton.
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