Ciência
22/08/2019 às 10:00•3 min de leitura
No dia 22 de agosto se comemora o Dia do Folclore Nacional, no qual relembramos as lendas que ajudaram a compor a história do nosso país. A maior parte dessas criaturas místicas nasceu através de causos indígenas, mas a miscigenação com os africanos e os europeus também contribuiu para que tivéssemos um leque bem grande e variado de criaturas que permeiam o imaginário popular. Vamos relembrar algumas delas?
Provavelmente a figura folclórica mais conhecida do Brasil, o Saci-pererê provavelmente nasceu dos causos indígenas da região Sul e Sudeste do país. Ele é tão importante que tem seu próprio dia festivo: 31 de outubro, ainda que muitos prefiram importar o Halloween nessa data. O saci é descrito como um menino negro de uma perna só, que costuma fazer travessuras com seu capuz mágico – sua especialidade é afugentar cavalos e fazer as pessoas se perderem nas trilhas.
Segundo a lenda, ele costuma aparecer no meio de redemoinhos de poeira e folhas. E caso você consiga retirar o seu capuz, terá um desejo atendido. Mas você se meteria com um carinha como esses? Outro detalhe é que, se ele estiver te perseguindo, basta jogar um fio ou um cadarço cheio de nós que o Saci vai se sentir na obrigação de parar e desatá-los antes de continuar a perseguição.
Como várias lendas, a da Mula-sem-cabeça provavelmente surgiu como uma forma de dar lição de moral na galera. Nesta daqui, conta-se que uma jovem que teve um relacionamento com um padre acabou sendo amaldiçoada e virando a Mula, que percorre povoados em busca de olhos, unhas e dedos. Brrrr……
Ela é descrita como um animal que solta fogo pelo pescoço, ainda que algumas pessoas jurem que a Mula tem sim uma cabeça e que solta fogo pela boca e pelo nariz. Caso ela esteja te perseguindo, o ideal é fechar bem os olhos e esconder as mãos, para ela não ver justamente aquilo que mais gosta de comer.
Outro brincalhão de nosso folclore, o Curupira por vezes é chamado de Caipora, Caiçara e Pai-do-mato. Sua principal função é proteger as matas e, para isso, costuma deixar pegadas confusas – ele tem os pés virados para trás – que podem distrair quem não respeita a natureza.
Os primeiros relatos de avistamentos do Curupira datam da colonização brasileira! Desde essa época, é comum que exploradores – e principalmente os índios – adentrem as florestas com oferendas ao Curupira, um anão em corpo de menino que tem os cabelos longos e vermelhos da cor do fogo. Para conquistá-lo, você deve ter consigo um fumo de corda e oferecer em caso de algum encontro. Além disso, você também deve cuidar bem dos animais silvestres e das matas, para não sofrer com as suas pegadinhas.
Provavelmente a lenda indígena mais antiga do Brasil, tendo inclusive sido descrita por José de Anchieta em 1560, a história do Boitatá conta sobra uma cobra de fogo que protege e mata quem desrespeita os animais e as florestas. Apesar de ser feita de fogo, com grandes olhos, a tal cobrona vive no fundo dos rios à espera de entrar em ação.
A origem do Boitatá provavelmente está no fenômeno do fogo-fátuo, que ocorre em pântanos e brejos quando faíscas e lampejos emanam das águas por conto do metano dos leitos. Voltando à lenda, dizem que, caso o Boitatá não te mate queimado, ele é capaz de te deixar louco ou cego caso olhe diretamente em seus olhos.
Duas lendas semelhantes, mas com variações de gênero: o boto é uma lenda amazônica que conta a história de um animal que sai das águas dos rios para se transformar em um moço muito bonito e conquistar as mulheres em festividades, principalmente as juninas. Depois, ele some e as deixa grávidas – por isso que, principalmente na região Norte do Brasil, crianças que nascem de pais desconhecidos costumam ser chamadas de filhas do Boto.
Já a Iara é a versão tupiniquim da sereia, uma jovem que sai dos rios para encantar os homens e levá-los até o fundo das água e lá então devorá-los. É uma lenda universal, que no Brasil possuem relatos desde o século 16! Muitas vezes representada como uma bela sereia, a Iara também pode assumir uma forma feminina completa e chama a atenção pelo canto maravilhoso.
Quando algum fiel católico perde alguma coisa, é comum que ele peça a ajuda de São Longuinho para encontrar. Além dele, o Negrinho do Pastoreio é uma entidade mista das culturas africana e cristã que também ajuda aqueles que perderam alguma coisa.
Sua lenda diz que ele era um escravo muito dedicado, mas que sem querer perdeu um dos cavalos que ele tinha levado para pastorear. Seu dono, um patrão muito maldoso, resolveu se vingar do Negrinho: a criança foi espanca e jogada nua sobre um formigueiro. No dia seguinte, o homem encontrou a criança viva e sem nenhuma marca, montada em um cavalo baio ao lado de Nossa Senhora.
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