Estilo de vida
24/07/2019 às 09:00•3 min de leitura
Independente da nossa vontade, todos os dias sentimos os efeitos da rotação da Terra. O nascer do Sol a cada manhã mostra que o Universo está em constante movimento, desde que nosso planeta se formou até o fim dos tempos – para nós –, quando o Sol se tornar uma gigante vermelha e engolir tudo ao seu redor. Mas como essa rotação se iniciou?
Os planetas do Sistema Solar se formaram a partir de um disco de gás e poeira, que um dia existiu ao redor do recém-nascido Sol. Por menores que fossem, esses elementos já possuíam um movimento desordenado e, com o tempo, começaram a se juntar para dar origem aos planetas que conhecemos.
“À medida que o material se concentrava e os futuros planetas iam surgindo, as rochas espaciais passaram a colidir com os planetas em desenvolvimento, exercendo forças que o fizeram girar”, explicou o astrofísico da Universidade da Califórnia, Smadar Naoz. A maior parte do material existente no início do Sistema Solar se movia ao redor do Sol na mesma direção, fazendo com que as colisões fossem semelhantes e, dessa forma, a maioria dos planetas formados girassem da mesma forma no futuro.
Mas a pergunta permanece: por que esse disco de gás e poeira girava ao redor do Sol? Nosso sistema planetário começou sua formação quando uma nuvem de poeira e gás – novamente ela – entrou em colapso por sua própria massa. A maior parte do gás se tornou o que hoje conhecemos como o Sol, mas a poeira se manteve ao redor dele como um disco.
Antes de começarem a entrar em colapso, para a posterior formação dos planetas, as partículas se moviam em direções distintas, mas em certo ponto elementos maiores começaram a se formar, determinando uma direção de rotação específica. Isso fez com que a velocidade de rotação aumentasse, da mesma forma que um patinador recolhe os braços quando quer aumentar a velocidade de seu movimento.
Como o espaço sideral não oferece resistência, quando algo começa a se mover dificilmente será impedido. Apesar disso, alguns planetas apresentam uma rotação diferente dos demais, e os cientistas possuem algumas explicações para isso.
Vênus é quem nada diretamente contra a corrente do Sistema Solar, girando de forma oposta à Terra. Alguns pesquisadores acreditam que uma grande colisão inverteu o sentido de rotação, mas outra teoria diz que, com o tempo, o rebote gravitacional do Sol nas nuvens espessas do planeta, combinado com a fricção entre o núcleo e o manto dele, fez a direção da rotação ser alterada.
Já Urano não se contentou em girar ao contrário; acabou ficando com seu eixo de rotação inclinado em 90°. A causa mais provável, considerando a posição incomum, foi o choque de um grande objeto com o planeta em algum momento da sua existência.
Apesar das pequenas alterações de sentido, tudo no espaço está girando em alguma direção. Asteroides, estrelas e galáxias, tudo está em constante movimento. Alguns corpos celestes, como os pulsares, são conhecidos pela rotação em níveis intergaláticos, com o mais rápido já registrado possuindo o diâmetro de uma cidade e girando a incríveis 716 vezes por segundo. Ainda bem que ele está bem longe de nós.
Da mesma forma que existe aceleração, os corpos celestes também cansam com o tempo. Por exemplo, na época de sua formação, o Sol girava 1 vez ao redor de seu próprio eixo a cada 4 dias, mas atualmente ele leva cerca de 25 dias para realizar o mesmo movimento.
Até mesmo a Terra sofre esse efeito, por influência da gravidade lunar. Uma análise, publicada em 2016, verificou dados de eclipses que aconteceram na Antiguidade e constatou que a rotação terrestre fica 1,78 milissegundo mais lenta a cada século. O valor é imperceptível para nós, já que raramente chegamos a viver tanto assim, mas é interessante saber que mesmo corpos celestes da magnitude de planetas sofrem com a ação do tempo.
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