Ciência
26/06/2019 às 06:00•2 min de leitura
A simples capacidade de se deslocar a uma grande velocidade relativa, a princípio sem obstáculos no caminho, faz dos aviões ótimos meios de transporte para longas distâncias. Se pensarmos de uma forma simplificada, alcançar uma altitude em que a aeronave esteja livre de prédios e montanhas seria o suficiente para um voo tranquilo, mas sabemos que eles sobem muito mais do que isso.
Assim como em qualquer meio de transporte comercial, procedimentos que tornam a viagem mais econômica sem comprometer a segurança dos passageiros são sempre bem-vindos. Esse é o principal motivo para que aeronaves comerciais procurem se manter entre 10 e 12 quilômetros de altitude em relação ao nível do mar.
Essa elevação faz com que a resistência do ar seja menor, facilitando o deslocamento da aeronave. E isso pode nos fazer pensar que quanto mais alto melhor, mas a partir de determinado ponto a quantidade de oxigênio fica tão baixa que os motores não conseguem operar de forma satisfatória, determinando o chamado teto operacional.
Outra vantagem de voar em grandes altitudes é que, caso seja detectado algum problema grave nos motores do avião, a distância disponível para planar até encontrar um local seguro para o pouso é maior. Além disso, ao se manter na faixa próxima dos 11 quilômetros de altitude, a probabilidade de turbulências é bem menor, proporcionando um voo mais confortável para os passageiros.
Mesmo assim, é sempre aconselhável manter os cintos afivelados, pois nessa faixa existem grandes corredores de vento, conhecidos como correntes de jato, que podem alcançar velocidades de até 100 quilômetros por hora. O problema é que os radares meteorológicos das aeronaves não conseguem detectar o fenômeno de forma precisa, portanto são inevitáveis algumas instabilidades repentinas.
Voos comerciais possuem diversas limitações, sempre buscando o máximo de segurança para os passageiros. Já aviões particulares possuem mais flexibilidade, algo até mesmo esperado, mas que acaba abrindo maiores possibilidades para acidentes.
Foi o que aconteceu em 2004, quando um avião da Pinnacle Airlines teve uma pane geral e caiu, matando toda a tripulação. A aeronave estava sendo levada de um aeroporto a outro sem passageiros e, inicialmente, deveria estar voando a aproximadamente 10 quilômetros de altitude no trajeto.
O piloto solicitou autorização e subiu para 12,5 quilômetros de altitude, máximo suportado pela aeronave. Durante o percurso, ambos os motores falharam, e a tripulação não conseguiu realizar os procedimentos de emergência. A análise realizada posteriormente concluiu que o piloto não possuía qualificação suficiente para resolver o problema com os motores, provavelmente causado pela altitude.
Acidentes também podem acontecer quando a “altitude de densidade” está muito alta. Essa escala leva em conta a umidade, a temperatura e a pressão do local onde determinada aeronave pretende decolar ou trafegar.
Por exemplo, mesmo no nível do mar, em um dia muito quente e de baixa pressão, a pista pode não ser longa o suficiente para um avião decolar, mesmo que ele já tenha realizado o procedimento em um dia com condições mais favoráveis. Nesses casos, é preciso aguardar uma melhora ou diminuir o peso da aeronave, o que pode tornar a decolagem viável.
Todos esses fatores são levados em conta durante voos comerciais, então você pode ficar tranquilo, pois sua viagem de férias não vai ser interrompida pelo fato de o avião ir alto demais. Em aeronaves menores, por outro lado, é preciso mais cuidado, mas um piloto experiente e bem treinado é capaz de determinar as melhores condições para um voo seguro e confortável.
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