Artes/cultura
09/10/2018 às 06:00•2 min de leitura
"Os próximos poucos anos são provavelmente os mais importantes da nossa história". Com esta fala, uma das diretoras do Painel Intergovernamental de Mudança Climática da ONU (IPCC), Debra Roberts, fez o alerta: se não conseguirmos reduzir o aquecimento global e limitá-lo a 1,5 ºC, as consequências serão palpáveis e devastadoras bem mais cedo do que se previa nos relatórios anteriores.
Se continuarmos como estamos, em apenas 12 anos o derretimento das geleiras será intensificado, aumentando os níveis do mar, teremos muito mais secas em alguns lugares, bem mais tempestades em outros. As regiões tropicais – como esta onde se encontra o Brasil, serão as mais afetadas.
Com o aquecimento global de 2 ºC, até 2100, o nível do mar terá subido 10 cm a mais do que cresceria com 1,5 ºC. Perderíamos quase 100 dos recifes de coral do mundo, e o Oceano Ártico ficaria livre de gelo do mar somente uma vez a cada década, algo que seria ampliado para uma vez a cada século, com um aquecimento de 1,5 ºC.
As mudanças serão irreversíveis, principalmente com a perda de ecossistemas inteiros, algo que desequilibraria todo o globo. Na segunda-feira (8), o IPCC divulgou um relatório de 700 páginas, com a participação de cientistas do mundo inteiro, que deixa claros os riscos caso o ser humano continue queimando combustível fóssil de maneira desenfreada, como vem acontecendo até agora.
Por isso, o IPCC tornou ainda mais ousada a meta de redução de temperatura global que havia sido estipulada no acordo internacional firmado em Paris em 2015. Na época, as nações se comprometeram a se esforçar para contribuir para chegar aos 2 ºC – número que, atualmente, se sabe que não é suficiente.
O ponto principal para conseguir alcançar essa projeção é a diminuição drástica da queima de combustíveis fósseis como o carvão mineral e o petróleo. Segundo o relatório, basicamente precisamos reduzir nosso consumo em 45% com relação ao que tínhamos em 2010, que já era bem menor do que o que temos hoje, até 2030, como aponta o gráfico a seguir.
Parece difícil, não é? Sim! E vai ser mesmo, considerando que esses combustíveis estão entre os mais usados no mundo e que o segundo país que mais emite CO2 na atmosfera, os Estados Unidos, já disse que vai tentar, mas não se compromete.
Mas não é somente deles que estamos falando. Para alcançar a meta, é preciso transformar completamente – em 12 anos! – a forma como alimentamos nossos sistemas industriais, construtivos, de geração de energia, de manejo da terra e de transporte, reduzindo em 66%, pelo menos, o atual consumo de carvão.
A preocupação com o aquecimento global não é novidade, e desde o acordo de 2015 o IPCC intensificou seu levantamento na área. Mais de 6 mil publicações científicas foram avaliadas, com autoria de 132 pesquisadores, e mais de mil cientistas analisaram os dados reunidos.
Além de fazer o alerta para os governos do mundo inteiro – ao menos para os 180 países que participam do acordo –, o IPCC vem trabalhando em alternativas para ajudar a reduzir o impacto do dióxido de carbono, removendo-o da atmosfera.
Já existem, por exemplo, máquinas que limpam o ar, retirando o dióxido de carbono, e a utilização de bioenergia com plantas e ferramentas que fazem a captura do carbono também são soluções recomendadas.
De qualquer modo, embora haja tecnologias que contribuem com isso, a melhor forma de alcançar o objetivo seria simplesmente parar de poluir o ar com esse elemento. No entanto, o detalhe é que isso inviabilizaria toda a estrutura que faz o mundo girar em termos de economia, transportes e demais sistemas do tipo.
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