Artes/cultura
09/07/2019 às 02:30•2 min de leitura
A agência espacial russa, a Roscocosmos, a NASA, a Agência Espacial e a Administração Nacional do Espaço, da China, têm planos para enviar missões tripuladas para Marte em algum momento nas próximas décadas. Porém, antes de enviar qualquer ser humano para lá, é preciso realizar uma série de cálculos, em especial a respeito dos efeitos de radiação sofridos pelos astronautas.
E, de acordo com um relatório apresentado recentemente em Moscou, durante uma conferência sobre medicina aeroespacial e ambiental, a notícia não é muito animadora para quem participar desses voos: a expectativa é de que, além dos dois anos necessários para ir e voltar, os viajantes tenham uma queda de 2,5 anos em suas expectativas de vida.
“Foram feitos cálculos sobre o risco total de radiação para o tempo de vida dos astronautas após longos voos para Marte, com duração de até três anos durante o período de máxima atividade solar e levando em consideração a espessura variável da proteção baseada em abrigos de alumínio", dizem os pesquisadores russos.
Fonte: CC Kevin Gill
“O risco total de radiação para a vida dos astronautas, independentemente da idade e com proteção contra um abrigo de radiação de 20g/cm2, seria de 7,5%, com a queda a expectativa média de vida é de 2,5 anos", afirma o relatório.
A conferência deu grande ênfase aos efeitos da radiação no espaço, como o valor da ingestão de água mineral para evitar a ingestão de conservantes e íons de prata, que aumentam o efeito patogênico da radiação ionizante — assim como o uso de sacos de dormir especiais cheios de água e polietileno para proteger os astronautas dos raios de radiação durante o sono.
Os cientistas também discutiram outros aspectos de um possível voo espacial de longa distância, incluindo a criação de uma estufa para o cultivo de alface e cenoura — que poderia fornecer aos astronautas as vitaminas e as fibras alimentares necessárias, no melhor estilo Matt Damon em “Perdido em Marte”.
Fonte: 20th Century Fox
Aliás, a companhia RSC Energia está envolvida na criação de um modelo desses para uso experimental a bordo do segmento russo da Estação Espacial Internacional (ISS, em inglês). "No futuro, os projetos e tecnologias para uma estufa espacial que foi criada podem servir como base de projeto para uma estufa modelo de produção como parte do sistema de suporte à vida de uma estação orbital à Lua ou de um navio tripulado para Marte ", observa o relatório.