Artes/cultura
10/02/2019 às 09:03•2 min de leitura
Cataratas como as do Iguaçu e do Niágara atraem milhões de turistas do mundo inteiro por conta de sua beleza impressionante. Essas quedas-d'água, entretanto, são fichinhas perto do que ocorreu na última Era Glacial, há quase 20 mil anos: cataratas que tinham um volume de 10 a 15 vezes maior do que a soma da vazão de todos os rios do mundo dos dias atuais. Elas se chamam Cataratas Secas.
O nome parece não fazer sentido, mas acontece que hoje em dia as cataratas não existem mais, restando apenas o desnivelamento do planalto no centro do estado de Washington, nos Estados Unidos. Naquela época, em pleno auge da Idade do Gelo, imensas geleiras cobriam a América do Norte, e uma delas acabou represando a foz do rio Clark Fork, no estado de Idaho, criando um lago de propoções gigantescas, chamado de Missoula.
As Cataratas Secas já foram as maiores do mundo
Eventualmente, a pressão da água acabou rompendo a represa de gelo, criando uma correnteza que varreu a região noroeste dos Estados Unidos. A água corria a uma velocidade superior a 100 km/h, deixando um rastro de destruição pelo caminho. A vazão era de 10 a 15 vezes maior que a soma de todos os rios atuais. Até que elas chegavam ao desnível no centro de Washington e, provavelmente, criavam um espetáculo sem precedentes.
Estima-se que o lago Missoula tenha sido drenado em apenas 48 horas! Porém, existem teorias que apontam que o represamento e a escoação ocorreram diversas vezes. O processo só teria cessado com o derretimento da camada de gelo, que permitiu ao rio Clark Fork voltar ao seu leito normal. Com isso, as cataratas deixaram de existir, e hoje, no local, encontra-se um desfiladeiro com quase 6 quilômetros de extensão e 120 metros de altura – para comparação, as Cataratas Victoria, entre Zâmbia e Zimbábue, as maiores em largura, caem de um desfiladeiro de 1,7 quilômetro de largura.
Desfiladeiro que existe no local hoje em dia