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21/02/2019 às 12:00•2 min de leitura
Na África Subsaariana, a mandioca (Manihot esculenta) representa em torno de 50% da ingestão calórica de pelo menos um terço das pessoas. Como o alimento deixa um pouco a desejar quando falamos de nutrição, as deficiências de ferro e zinco são muito altas; estudos estimam que, na Nigéria, 75% das crianças em idade pré-escolar e 67% das mulheres grávidas são anêmicas pela ausência ou insuficiência de nutrientes.
Para a nossa surpresa, pesquisadores vêm agindo para mudar essa situação, e uma das medidas é o desenvolvimento de mandiocas supercarregadas, com o intuito de enriquecer a planta com níveis altos de ferro e zinco – e isso só é possível com a aplicação da engenharia genética. O estudo realizado por cientistas do Donald Danforth Plant Science Center, nos Estados Unidos, despertou curiosidade pela criação de um organismo geneticamente modificado (OGM) usando dois genes da família da mostarda (Arabidopsis).
\r\nFonte: OPAS
\r\nOs genes criados codificam uma proteína de transporte e outra de armazenamento, ambas de ferro. Inserindo esse código no genoma da mandioca, a planta passa a se chamar “biofortificada”, com aumento de ferro e zinco. Pelas estimativas, isso impactaria positivamente a vida de crianças de 1 a 6 anos, pois o alimento poderia fornecer até 50% da necessidade de ferro e até 70% de zinco, de acordo com a revista Nature.
\r\nNa atualidade, quando se fala em transgênicos, dá até certo tremor – mas não é bem assim. Muitos estudos científicos revelaram que os OGMs não representam risco para a saúde humana, para animais ou para o meio ambiente. Inclusive, pesquisas realizadas pela União Europeia (UE), com investimento de milhões de dólares em testes envolvendo biossegurança de OGMs, mostram o quão seguro é. Mais de 130 análises e mais de 500 grupos independentes de pesquisa chegaram à conclusão de que “os OGMs não são, por si só, mais arriscados do que tecnologias convencionais de reprodução de plantas, por exemplo”.
\r\nFonte: Science Mag
\r\nRenomadas organizações – como Organização Mundial de Saúde, Associação Médica Americana e Academia Nacional de Ciências dos Estados Unidos – chegaram à mesma conclusão: consumir alimentos com ingredientes derivados de cultivos GM não é mais arriscado do que consumir alimentos que contêm ingredientes de plantas modificadas por técnicas convencionais de melhoramento.
\r\nFonte: Agência Pará
\r\nPara quem tem o pé atrás com a comida ajustada geneticamente, vale lembrar que o trigo começou como uma simples grama, até que foram criados genes para produzir quantidades maiores de grãos. Aos poucos, os alimentos vão sendo moldados conforme a necessidade do ser humano e suas finalidades nutritivas ou de mercado.
\r\nTambém é bom destacar que, diante das mudanças climáticas e até mesmo com o aumento da população, há estudos de defendem que as culturas geneticamente modificadas poderiam ser a única maneira de alimentar todo o Planeta. Com esse embasamento, podemos dar uma chance de investir sem medo nos OGMs?