Artes/cultura
01/04/2019 às 06:10•1 min de leitura
Um satélite gerenciado pelo Centro de Voos Espaciais Goddard, da NASA, registrou imagens perturbadoras e que colocaram cientistas do mundo inteiro em alerta. Uma porção generosa da plataforma de gelo Brunt, região da Antártica que margeia sua costa oriental, está prestes a se desprender do continente gelado e ser lançada ao mar. Quando isso acontecer, teremos o nascimento de um iceberg com nada menos do que 1,7 mil km² — uma área maior do que a cidade de São Paulo.
Duas grandes rachaduras surgiram no local. A primeira delas, batizada de Rachadura de Halloween, foi detectada pela primeira vez em 2016, mas continua se expandindo em direção ao leste. A segunda, porém, foi a que mais impressionou os pesquisadores, pois surgiu repentinamente e vai do sul em direção ao norte, cortando a plataforma através dos montes conhecidos como Elevações de gelo McDonald. A velocidade calculada é de 4 km por ano.
É importante observar que desde 1986 a NASA realiza monitoramento da região via satélite, quando utilizava o Landsat 5; porém, a agência jamais presenciou a expansão tão ágil de uma fenda. Atualmente, é utilizado um Landsat 8, muito mais moderno e preciso, mas, por conta da imprevisibilidade das rachaduras, os trabalhadores que atuam nas plataformas científicas da região (como a Estação Halley da British Antarctic Survey) foram aconselhados a abandonar seus postos.
Embora seja difícil prever o que acontecerá quando essa porção colossal de gelo se desprender do continente, uma coisa é certa: o fenômeno só ressalta as preocupações globais com as mudanças climáticas, que causam uma aceleração no derretimento das geleiras e consequentemente um aumento drástico no nível do mar. Trata-se de uma ameaça de curto prazo para as cidades costeiras e estima-se que, até 2070, o derretimento da Antártica acarretará um aumento de 25 cm no nível mundial dos oceanos.