Estilo de vida
11/02/2021 às 13:21•2 min de leitura
Sangue dourado é o nome que se dá para o sangue que possui Rh nulo, ou seja, não é nem positivo, nem negativo. Pessoas com sangue dourado não possuem nenhum antígeno analisado pelo Fator Rh, o que torna seu sangue compatível com qualquer outro receptor existente. Essa condição é raríssima, com pouquíssimas pessoas registradas no mundo nessa situação.
O tipo sanguíneo não é um impeditivo para a doação de sangue, mas alguns são mais visados pelos bancos pela sua versatilidade. No Brasil, 87% da população possui grupo sanguíneo do tipo A ou O, tornando o armazenamento desses tipos algo essencial.
Junto disso, 9% dos brasileiros possuem sangue tipo O negativo, que é considerado universal, pois pode ser transfundido em qualquer pessoa — com exceção das que possuem o sangue dourado.
Apesar da maioria dos bancos de sangue manter o anonimato em relação às bolsas desse tipo de sangue já doadas, cientistas costumam rastrear as poucas pessoas que possuem essa anomalia para incentivar uma doação mais frequente.
Por outro lado, os grandes prejudicados são os portadores do sangue dourado. Em caso de necessidade de transfusão, apenas outra pessoa com o Rh nulo pode fornecer o sangue. O problema é que nos últimos 50 anos, apenas 43 pessoas foram identificadas com esse tipo sanguíneo. Elas vivem suas vidas normalmente, mas sempre com precaução para não precisarem passar por procedimentos cirúrgicos involuntários, pois isso pode ter graves consequências.
Dentre essas 43 pessoas registradas no mundo todo como possuidoras do sangue com Rh nulo, duas vivem no Brasil e são irmãs. Elas são monitoradas o tempo todo por uma equipe do Cadastro Nacional de Sangue Raro (CNSR), do Ministério da Saúde, que centraliza as informações de doadores raros registrados nos hemocentros públicos do país.
Ambas já realizaram doações mais de uma vez, tendo já salvado a vida de uma criança piauiense de 5 anos que sofria com osteopetrose, uma doença rara também conhecida como doença dos ossos de mármore e mal de Albers-Schonberg.
Resumidamente, o tipo sanguíneo é definido pelos antígenos presentes no sangue, que podem ser compostos por carboidratos, lipídeos ou proteínas e ficam na superfície das hemácias. Eles podem ser de até 342 tipos diferentes, mas é a ausência de alguns deles que causa a diferenciação.
Caso seja feita uma transfusão entre pessoas que possuem antígenos incompatíveis, a morte é certa. A descoberta do motivo disso aconteceu apenas no início do século XX, pelo cientista austríaco Karl Landsteiner. Tanto o grupo ABO quanto o Fator Rh analisam antígenos específicos para definir os tipos sanguíneos, mas algumas pessoas não apresentam elementos que são comuns a 99,9% da população e são conhecidas como portadoras do sangue dourado.