Ciência
25/06/2019 às 03:00•2 min de leitura
O câncer se tornou uma doença muito comum ao redor do globo. No Brasil, uma pessoa tem ao menos um parente ou conhecido que já sofreu com esta enfermidade. Sabe-se que as células cancerígenas espalham-se pelo corpo através do sangue — a temida metástase. Pensando em evitar isso, pesquisadores desenvolveram uma nova tecnologia para combater à doença.
A descoberta foi publicada em 12 de Junho, no Jornal Science Translational Medicine. Vladmir Zharov, autor do artigo e diretor do centro de nanomedicina na Universidade de Arkansas para Ciências Médicas, explica melhor seu funcionamento. De acordo com ele, essa tecnologia se provou 1.000 vezes mais sensível do que os métodos já utilizados na medicina.
Reprodução/Oncologia D'Or
Normalmente, para identificar se o câncer espalhou-se pelo corpo, médicos analisam uma amostra de sangue. Essa estratégia, todavia, costuma falhar — principalmente se a doença está nos estágios iniciais. Se o resultado é positivo, significa que o câncer já está muito avançado e, por consequência, mais resistente a tratamentos. Assim, Zharov e um grupo de pesquisadores, desenvolveram um método alternativo e mais eficaz.
A nova tecnologia, nomeada “Cytophone”, utiliza pulsações luminosas na parte externa da pele para atingir células doentes. Os cientistas testaram o tratamento em 28 pacientes de pele clara portadoras de melanoma e em 19 pessoas saudáveis. Devido ao melanoma, um tipo de câncer específico, as células afetadas adquirem uma pigmentação — facilmente identificada pelo laser.
Em um intervalo de tempo de 10 a 60 segundos, o laser foi colocado sobre a mão dos pacientes e conseguiu identificar células cancerígenas circulando em 27 dos 28 casos. Além disso, o teste com as 19 pessoas saudáveis não gerou nenhum falso positivo, tampouco reações adversas.
Reprodução/Diários de Jaraguá
É importante dizer que as células saudáveis também produzem melanina, um pigmento natural. Apesar disso, o laser só afetou as células cancerígenas pigmentadas pelo melanoma.
Após os testes de diagnóstico, os pacientes demonstraram uma circulação menor de células afetadas. Mesmo com a rápida incidência do laser, já se pôde observar uma pequena melhora no quadro. Mas, qual é a razão desse acontecimento? Bom, a área pigmentada absorve o calor do laser. Este calor faz com que a água ao redor da área “mais escura” evapore, gerando uma bolha que explode e destrói a célula. A partir disso, é possível diagnosticar o câncer em seus primeiros estágios e combatê-lo, caso já tenha avançado — evitando a metástase.
Reprodução/Segredos do Mundo — R7
Essa tecnologia, como qualquer outra, possui falhas. Testes ainda não foram feitos com pessoas de pele negra, que têm uma concentração muito alta de melanina. Além disso, o laser não foi utilizado em pacientes com outros tipos de câncer — somente melanoma. A expectativa dos pesquisadores é que a tecnologia se desenvolva ao ponto de alcançar tanto pessoas negras quanto pacientes de todo tipo de câncer.
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