Ciência
29/12/2024 às 21:00•2 min de leituraAtualizado em 29/12/2024 às 21:00
Todo mundo já passou por isso alguma vez: em meio a uma boa noite de sono, temos uma espécie de susto e acordamos meio atordoados. Às vezes, a sensação é como se estivéssemos caindo em queda livre.
Talvez você não saiba, mas essa sensação tem nome: chama-se espasmo hipnótico, e é algo que ocorre quando temos uma contração muscular involuntária no momento em que estamos prestes a dormir ou então já entrando em uma fase do sono mais profunda. Mas por que será que isso acontece?
Aliás, quem passa por isso muito frequentemente pode sofrer de uma condição chamada mioclonia do sono. Trata-se de uma situação que envolve a ocorrência de pequenos espasmos e tremedeiras repentinas que acontecem involuntariamente, assemelhando-se a espasmos musculares.
Quando isso ocorre, a sensação é de acordar no meio de um susto. Às vezes, ela se manifesta dentro dos sonhos e parece que estamos tropeçando ou caindo. De acordo com o Medical News Today, os espasmos hipnóticos se manifestam em 60% a 70% das pessoas. Ou seja, qualquer um pode passar por isso, independe da idade ou sexo.
O mais surpreendente é que, até agora, a ciência não tem total certeza sobre quais são as causas dessa condição. A Academia Americana de Medicina do Sono (AASM) lista uma variedade de razões plausíveis para os espasmos hipnóticos.
Entre os possíveis gatilhos, estão o alto consumo de cafeína, exercícios intensos, privação de sono e estresse. Portanto, quem estiver incomodado com essa situação pode tentar reduzir a exposição a esses fatores, embora não haja garantia que vai dar certo.
Os pesquisadores ainda estão investigando este tema. Em 2016, um estudo que foi publicado na revista Sleep Medicine sugeriu que os espasmos hipnóticos se originam na região subcortical do cérebro que governa as funções emocionais, cognitivas e sociais. Já outro artigo de 2018, publicado na Current Sleep Medicine Reports, afirmou ter observado espasmos hipnóticos em excesso em pessoas com distúrbios neurológicos, como Parkinson, enxaquecas e lesões cerebrais.
No entanto, embora os espasmos hipnóticos possam estar correlacionados com algumas condições neurológicas, isso não significa que sejam eles a causa dos distúrbios. Os especialistas afirmam que, de modo geral, estes espasmos são uma ocorrência normal e não são motivo de preocupação.
Allen Richert, diretor da divisão de medicina do sono do Departamento de Psiquiatria e Comportamento Humano do Centro Médico da Universidade do Mississippi, endossa essa tese: "não pensamos nisso como um problema patológico. Definitivamente não é o sinal de um distúrbio do sono que trataríamos, nem de quaisquer problemas subjacentes, como convulsões ou distúrbios do movimento", declarou ao portal Popular Science.