Artes/cultura
13/08/2019 às 05:00•2 min de leitura
O homem não cansa de teorizar para explicar como o ser humano foi capaz de adquirir a linguagem recursiva e a imaginação moderna há 70 mil anos, dando um salto na evolução da humanidade. Agora, uma nova teoria chamada “hipótese de Rômulo e Remo” sugere que a responsável principal pelo desenvolvimento foi uma mutação genética que desencadeou diversas transformações, levando ao desenvolvimento da inteligência humana.
O nome da teoria foi inspirado na lenda dos gêmeos Rômulo e Remo, que eram criados e cuidados por um lobo, obviamente sem as mesmas habilidades de comunicação. Assim, na nova teoria, os pais das crianças com a mutação não tinham as mesmas habilidades que elas.
A evolução da linguagem recursiva e da imaginação moderna iniciou há muito tempo. Evidências arqueológicas e genéticas apontam que há 600 mil anos já havia um mecanismo inicial para o desenvolvimento da linguagem humana. As primeiras verbalizações que evoluíram para a comunicação humana nas línguas modernas já existiam. Já a imaginação moderna só surgiu há 70 mil anos.
O pesquisador Andrey Vyshedskiy, da Universidade de Boston, descobriu que existe um limite temporal para o desenvolvimento de um componente da imaginação, a síntese pré-frontal, imaginação construtiva fundamental para justapor objetos mentais. A justaposição aliada à recursividade é capaz de produzir o entendimento entre diferenças nas aplicações da linguagem.
Vyshedskiy observou que o desenvolvimento desse tipo de imaginação só é possível quando crianças até cinco anos de idade são expostas à linguagem recursiva. Se o período crítico em crianças pré-modernas tivesse terminado antes dos cinco anos de idade não haveria chance de aquisição da habilidade. A teoria prevê então que a mutação que atrasou o desenvolvimento do córtex pré-frontal foi o que desencadeou a aquisição de síntese pré-frontal e linguagem recursiva de forma simultânea.