Artes/cultura
13/08/2019 às 06:36•2 min de leitura
A Organização Mundial da Saúde (OMS) e os Institutos Nacionais de Saúde (NIH) declararam na segunda-feira (12) que cientistas da República Democrática do Congo desenvolveram um método clinicamente comprovado de combater o Ebola, uma febre hemorrágica viral extremamente contagiosa e fatal.
Os resultados dos testes clínicos duraram cerca de um ano e os resultados são surpreendentemente bons. “De agora em diante, não podemos mais dizer que o Ebola é incurável”, disse Jean-Jacques Muyembe, diretor-geral do Instituto Nacional de Pesquisas Biomédicas da República Democrática do Congo.
Anteriormente, uma vacina experimental já foi capaz de impedir que pessoas contraíssem o vírus, mas pela primeira vez um tratamento foi capaz de curar pacientes que já estavam doentes. Três medicamentos foram testados em pacientes infectados os resultados foram comparados com o tratamento realizado com o ZMapp, o remédio que até então demonstrou mais eficácia para combater o Ebola, mas que ainda está longe de ser o ideal.
Cientistas no Congo testaram novas drogas contra o Ebola; taxa de mortalidade caiu para 6%. (Fonte: Getty Images/John Wessels)
Os resultados foram muito mais positivos do que o esperado: enquanto uma pessoa infectada com Ebola tem uma taxa de mortalidade entre 67% e 75%, quem era tratado com o ZMapp tinha esse valor reduzido para 49%. Os testes mostraram que dois dos novos medicamentos — o REGN-EB3 e o mAb114 — reduziram a taxa de mortalidade dos pacientes para 29% e 34% respectivamente.
Melhor do que isso, quando o tratamento é realizado desde o primeiro momento que os sintomas são detectados, as taxas caíram para 11% com o mAb114 e para 6% com o REGN-EB3. Os dados foram tão positivos que a fase de testes foi concluída precocemente.
“Essas notícias são mais um passo para salvar mais vidas”, disse Mike Ryan, diretor de emergências de saúde da OMS. “O sucesso é claro. Mas também há uma tragédia ligada ao sucesso. A tragédia é que poucas pessoas estão sendo tratadas. Ainda estamos vendo muitas pessoas se afastando dos centros de tratamento, pessoas que não são encontradas a tempo de se beneficiar dessas terapias”.