Ciência
27/08/2019 às 10:00•1 min de leitura
Imagine que nas entranhas da Terra exista um reservatório – ou mais – de diamantes tão antigo quanto a própria Lua. Surpreendente, não? Pois é isso que sugere um novo estudo realizado pela Universidade Nacional Australiana e que teve uma “prova” identificada em terras brasileiras. Foram encontrados, em Juína, no Mato Grosso, 23 diamantes superprofundos. Os pesquisadores conseguiram extrair gás hélio dos diamantes, servindo como embasamento para o estudo.
O reservatório estaria escondido a 410 quilômetros no manto da Terra, em algum lugar entre a crosta e o núcleo e esses diamantes estariam nessa grande reserva de rocha parcialmente intacta desde que o mundo é mundo. Com isso, eles estariam resguardados das violentas atividades geológicas da Terra.
A maior parte dos diamantes se forma entre 150 e 230 quilômetros abaixo da crosta terrestre e, ocasionalmente os superprofundos – que se formam entre 230 e 800 quilômetros abaixo da superfície terrestre – são trazidos para a superfície, porém são diferentes daqueles que conhecemos.
Segundo a líder do estudo, Suzette Timmerman, esses diamantes são a substância natural mais difícil e indestrutível que se conhece, por isso formam uma cápsula do tempo perfeito que nos dá uma janela para a Terra profunda. “Perguntas permanecem sobre a forma deste depósito: É um grande reservatório único ou há vários reservatórios antigos menores? Onde exatamente está o depósito? Qual é a composição química completa deste depósito?”, questiona.
Para identificar os diamantes encontrados no Brasil como prova da existência deste depósito e como sendo tão antigos quanto a Lua, a análise não foi de observação direta e sim por meio de traços geoquímicos. Os pesquisadores mediram os isótopos de hélio contidos nestes diamantes superprofundos que foram trazidos à superfície por conta de violentas erupções vulcânicas.