Estilo de vida
03/09/2019 às 07:00•2 min de leitura
Muitos fenômenos da natureza chamam atenção e preocupam por seu poder e fúria. Furacões, tsunamis, vulcões, todos eles são estudados e são motivo de preocupação constante por conta de sua força de devastação. Mas um livro recentemente publicado por Bryan Walsh, chamado “Fim dos Tempos”, reacende a preocupação com um vulcão meio esquecido. Walsh destaca a erupção do supervulcão de Yellowstone, nos Estados Unidos, em sua publicação, colocando-o como um evento que pode acabar com grande parte da vida humana na Terra.
Localizado no estado de Wyoming, o vulcão Yellowstone não entra em erupção com muita frequência, e embora não seja possível precisar quando ele pode explodir novamente, a erupção pode acontecer a qualquer momento. A última aconteceu há 640 mil anos.
O problema é que, quando acontece, a erupção é devastadora, lançando rocha, poeira e cinzas para o céu — o que é capaz de torná-lo negro, como na última explosão. Além disso, o fluxo de magma criado poderia ser capaz de enterrar áreas a quilômetros de distância. Partes do Colorado, Wyoming e Utah ficariam sob as cinzas. Regiões do Centro-Oeste seriam cobertas por pelo menos alguns centímetros dessas cinzas, criando uma verdadeira imagem de cinema, daqueles filmes de fim do mundo — daí o título do livro.
(Foto: Russell Pearson/Getty Images)
Além de tudo isso, o planeta seria coberto por um véu ácido criado com a emissão de poeira e gases tóxicos, como monóxido de enxofre, refletindo assim a luz do Sol. Com isso, o clima global sofreria um arrefecimento dramático que levaria anos para se dissipar. O resultado seria sentido diretamente na terra, com colheitas inteiras devastadas, além da destruição da rede elétrica. Sem luz solar, calor e comida, o destino de milhares de pessoas seria a morte. De acordo com o próprio Walsh em artigo escrito para o New York Times, um relatório da European Science Foundation de 2015 chamou o que poderia acontecer de “a maior catástrofe desde o início da civilização”.
Segundo Jerzy Zaba, geólogo da Universidade da Siésia, em Katowice, na Polônia, aproximadamente 5 bilhões de pessoas morreriam em decorrência dos efeitos das mudanças climáticas em uma explosão do Yellowstone. Ele sugeriu ainda que, para sobreviver, a única saída seria fugir da América do Norte, o que impulsionaria uma onda de refugiados americanos tentando entrar em outros continentes.
Apesar do risco devastador, não é possível calcular quando o supervulcão de Yellowstone entrará em erupção. O Parque Nacional de Yellowstone tem uma área sísmica ativa que recebe cerca de 3 mil pequenos terremotos por ano, mas explosões catastróficas são raras. O vulcão explodiu totalmente há 2,1 milhões de anos atrás, depois há aproximadamente 1,3 milhão e há 640 mil anos atrás houve a chamada “erupção do Lava Creek”. Ou seja, a média é de que o vulcão entre em erupção entre 660 mil e 800 mil anos.
(Foto: Pixabay)
Sem certezas absolutas, Walsh ressalta a importância de se investir em estudos e programas vulcânicos que, atualmente, tem US$ 22 milhões destinados, enquanto a FAA gasta cerca de US$ 7 bilhões por ano em segurança da aviação.