Artes/cultura
11/09/2019 às 14:00•2 min de leitura
Inovações em telemedicina e cirurgia assistida por robôs têm beneficiado cada vez mais pacientes que anteriormente não tinham acesso ao sistema de saúde. Agora, mais uma vez, a tecnologia mostra que vem avançando, um cirurgião na Índia realizou com sucesso a primeira cirurgia cardíaca remota em um paciente deitado em uma mesa a 32 km de distância.
O procedimento, conhecido como intervenção coronária percutânea, serve para abrir os vasos sanguíneos em pacientes com aterosclerose — condição em que ocorre o acúmulo de placas de gordura, colesterol e outras substâncias nas paredes das artérias, o que restringe o fluxo sanguíneo e pode levar a graves complicações de saúde.
De acordo com um artigo publicado na EClinicalMedicine, para fazer a cirurgia, o robô CorPath GRX — desenvolvido pela Corindus — inseriu um pequeno instrumento chamado stent para abrir os vasos sanguíneos no coração.
O médico responsável pela cirurgia foi o Dr. Tejas Patel, do Apex Heart Institute, em Ahmedabad, Gujarat, na Índia, conta que sua satisfação em realizar a cirurgia. “Estou honrado por fazer parte desse marco médico. A aplicação de telerobótica para tratamento remoto tem potencial para impactar um número significativo de vidas, fornecendo acesso a cuidados especializados que, de outra forma, não seriam possíveis”, explica.
Para garantir o sucesso do procedimento, a equipe cirúrgica configurou uma estação de trabalho remota que foi conectada ao robô por meio de uma conexão de Internet de alta velocidade. Além disso, os pesquisadores também instalaram câmeras na sala de cirurgia que forneceram imagens adicionais do procedimento ao Dr. Patel e dois cirurgiões dentro da sala de cirurgia para supervisionarem o procedimento.
Não é a primeira vez que foram realizados procedimentos usando o robô CorPath GRX, porém essa estação de trabalho normalmente fica a alguns metros da mesa operacional. Vale dizer que essa estação de trabalho inclui vários joysticks que o cirurgião em operação usa para controlar o robô e possui telas que mostram o que o dispositivo está vendo e fazendo.
O Centro de Pesquisa Ames, da NASA, foi um dos primeiros investidores em tecnologia de telemedicina e desenvolveu uma das primeiras clínicas virtuais, em 1999, para atender às necessidades médicas dos astronautas da Estação Espacial Internacional. Além disso, as forças armadas dos Estados Unidos também defenderam a tecnologia médica de longa distância assistida por robôs como forma de oferecer os melhores cuidados aos soldados feridos em campos de batalhas mais distantes.