Artes/cultura
13/09/2019 às 06:00•2 min de leitura
Vistas pela primeira vez em 2007, astrônomos chineses detectaram repetidas explosões rápidas de rádio, conhecidas também como FRB. Essas explosões se dão por pulsos breves, porém poderosos, de energia distantes do cosmo e poderão ser captadas por meio do Telescópio Esférico de Rádio de Abertura de 500 metros (FAST), considerado o maior e mais sensível equipamento do tipo já construído.
A explosão, oficialmente chamada de FRB 121102, foi detectada pelo telescópio pela primeira vez em 2012, no Observatório Arecibo, em Porto Rico, e desde então apareceu várias vezes. Vale dizer que o FAST captou o FRB 121102 no final de agosto, antes de gravar dezenas de pulsos posteriores, e por conta disso, esse FRB é considerado bastante cosntante.
De acordo com pesquisadores dos Observatórios Astronômicos Nacionais da Academia Chinesa de Ciências (NAOC), apesar de recentemente ter ocorrido um progresso no rastreamento de FRBs, não é possível saber exatamente o que são tais sinais ou como eles se originam. O que se sabe até o momento é que os sinais misteriosos viajaram cerca de 3 bilhões de anos-luz para alcançar a Terra.
Os FRBs são as explosões mais brilhantes conhecidas no universo, são chamados de "rápidos" porque esses “blips” são muito curtos, com apenas alguns milissegundos de duração. Por não haver explicação razoável para sua origem, a detecção das explosões repetidas pode ajudar a esclarecer de onde elas vêm e os mecanismos físicos dos FRBs.
Quanto mais observações pudermos fazer desses FRBs, maiores serão as chances de descobrir exatamente o que são e os pesquisadores parecem empolgados. "Eu acho tão incrível que a natureza produz algo assim. Além disso, acho que há algumas informações muito importantes nessa estrutura que precisamos descobrir como codificar e será muito divertido tentar descobrir exatamente o que é isso", disse o físico da Universidade McGill, Ziggy Pleunis, após ajudar a detalhar oito novas FRBs em um artigo publicado no mês passado.
Localizada na província de Guizhou, sudoeste da China, o FAST deve iniciar suas operações regulares ainda esse mês e, devido sua importância, astrônomos chineses têm incentivado colegas de outros países a realizar mais observações em suas instalações. Não é por acaso que astrônomos de mais de 10 países estão planejando fazer observações no FAST com o intuito de melhor aplicar a potência sem precedentes do telescópio, mas com a certeza que irão além do que foi feito por outros equipamentos no passado.