Ciumeira: zangões cegam abelhas-rainhas para evitar concorrentes

19/09/2019 às 07:001 min de leitura

Você acha que vale tudo para segurar um grande amor, mesmo que uma das partes já tenha superado e seguido em frente? No reino animal, alguns bichos demoram muito para desapegar. Por exemplo, cientistas descobriram que, para evitar que abelhas-rainhas acasalem com outros, alguns zangões conseguem liberar uma toxina capaz de cegar as fêmeas. Isso deixa a visão da abelha completamente embaçada, faz com que ela perca o senso de direção e não procure outros machos para acasalar.

Por pior que possa parecer, no mundo das abelhas isso é considerado normal, e para os cientistas se trata de uma resposta ao fato de que, no momento em que uma abelha-rainha acasala com um zangão, a morte do macho é certa, visto que literalmente seu abdome é arrancado durante o ato. Cruel, não é?

Durante a vida, uma abelha-rainha pode realizar diversos voos de acasalamento, em cada um deles cruzando com cerca de 90 zangões antes de voltar para sua colmeia com quase 100 milhões de espermatozoides, mas só armazenando em sua espermateca de 5 a 6 milhões deles. Depois dessa pré-seleção é que ela escolhe quais serão fecundados.

Por que cegar?

A pesquisa recente mostra que a liberação de toxina capaz de cegar a abelha-rainha acontece como uma forma de o zangão fazer com que os espermatozoides que vieram antes dos dele (ou que virão depois) não sejam fecundados. No entanto, isso acaba não funcionando muito bem, visto que ao atrapalhar a visão das abelhas-rainha apenas 40% delas voltam para as colmeias. Quer dizer: elas não vão gerar jovens abelhas de outros zangões tampouco do zangão vingador apaixonado.

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